25 de abril de 2006

San Filipe na Djarfogo

As festividades de S.Filipe, na Ilha do Fogo, vão encarar um sério concorrente, este ano, com a inauguração de uma sucursal do jornal A Semana, na ilha, para a região Fogo/Brava. A verdade é que a Amibandeira - amigos da bandeira, e a Câmara Municipal de S.Filipe, não acrescentam, rigorosamente, uma vírgula nas suas programações. É a mesma coisa todos os anos.

O Jornal A Semana vai dar as cartas este ano. Além de inaugurar a sede, vai, igualmente, assinalar na ilha os 15 anos de estrada. O fotógrafo cubano, Omar Camilo, vai emprestar arte ao acto de inauguração da sede, com uma exposição conceptual a preto e branco: as gentes e os lugares da ilha dão o mote…
O papel da Ilha do Fogo no contexto Nacional, e um olhar sobre o senso crítico do foguense são os temas eleitos para duas palestras históricas em perspectiva.
O ponto alto das festividades do A Semana acontece em Chã das Caldeiras com as actuações de Ramiro Mendes, Tito Paris, Tcheka, Nho Nany e um grupo de violinistas locais.

Nesse mesmo caldeirão de acontecimentos, que vai emprestar uma dinâmica inédita à ilha, Germano Almeida lança o seu último romance Eva.
Sobre as festas do padroeiro S.Filipe, não há nada de novo. Celebrar a missa na emblemática Igreja Matriz da cidade seria uma novidade, caso a remodelação da igreja finalmente chegasse ao fim. Uma obra que estranhamente dura há quase uma década.

21 de abril de 2006

O dia que amanhece

Os dias
Os dias amanhecem e passam, sempre … alguns momentos diluem-se… perdem-se na bruma … opacos se tornam.

A manh`ser
Um belo blog... dir-se-ia, paradoxalmente, que nunca acorda... em silêncio e com alma. Uma lenta dança, para o seu criador.

20 de abril de 2006

Momentos de Cabo Verde

ExampleSob o signo da cultura, Cabo Verde vai invadir Lagoa, Município do Algarve, em Portugal, entre os dias 8 e 27 de Julho.
Uma lista infindável de actividades com uma diversidade notável que pretende mostrar aos portugueses, e não só, o genuíno Cabo Verde que pulsa na sua música, artesanato, literatura, artes visuais, dança, gastronomia, e outras manifestações quotidianas, principalmente da Ilha de Santiago.
A iniciativa é do município da Lagoa, geminada com o município de S.Domingos, na Ilha de Santiago, e pretende ser “um marco de referência no envolvimento dos dois municípios em torno de objectivos comuns”. A ideia última é construir verdadeiras pontes entre Portugal e Cabo Verde.
O grupo de dança contemporânea, Raiz di Polón, os artistas plásticos Misá e Mito, e o músico Tcheka são alguns dos nomes nacionais que já confirmaram a sua presença no evento.
Traços mais tradicionais, igualmente, marcam presença no Momentos de Cabo Verde, com a gaita de Codé di Dona, as mestrias do batuque e do finaçon de Antóni Denti D´oro e as tchabetas das batucadeiras Bem cu Deus da zona Praia Baxu.
Mostra de documentários, palestras e feiras de livros sobre Cabo Verde farão também parte do programa.
As sessões acontecem no Parque Municipal do Sítio das Fontes, no Auditório Municipal, no Convento de São José e na Biblioteca Municipal, todos espaços públicos de Lagoas.

19 de abril de 2006

Puzzle em construção...

Embalo

Existe xodó mais gostoso do que pegar no sono embalada pela voz do Gil!?
Aquele abraço à cidade linda que continua sendo.
O circular do Expresso com ponto de partida rumo ao infinito
O dia que vai raiar
O filho da dor
Os lugares do medo e do segredo...
Longe daqui
Chorar quando se está triste
A alegria
A crença
noites...serenas.. maduras e belas

Congresso de Quadros

Começa, hoje, na Capital cabo-verdiana o 4º Congresso dos Quadros da diáspora...
Muito se disse e se escreveu, nos últimos dias, sobre esse mega evento que desafia em várias latitudes... gostei particularmente do artigo Nação Diasporizada na encruzilhada da História de António Correia e Silva, publicado no último número do A Semana, e queria compartilhar aqui um trecho.

"... a diáspora é um património, construído ao longo da história e não uma formação sociológica espontânea. Nós, da emigração fizemos comunidades e destas, redes próprias de uma diáspora. Tudo isso foi produto de dinâmicas informais e de base. A questão que se coloca hoje é como valorizar este património, uma vez que ele parece portador de imensas potencialidades para gerar soluções de desenvolvimento e de inserção internacional?
Neste momento, creio que o aprofundamento da Nação diasporizada – sociabilidade que é mais um ponto de chegada do que de partida, mais um ideário do que realidade -, reclama que intervenha no processo a dinâmica de topo, protagonizada pelo próprio estado cabo-verdiano, complementando assim a diáspora dos cidadãos e das iniciativas particulares.
Legitimado pelo sucesso em produzir o desenvolvimento de Cabo Verde e munido de meios materiais, legais e diplomáticos, o Estado cabo-verdiano deve agir de forma integrada e coerente, de modo persistente e estratégico, não só no sentido de capturar uma construção que é da sociedade, mas no de densificar a rede erguida pelos nossos emigrantes, promovendo nela a intensificação de fluxos de solidariedade, de laços de colaboração empresarial e de espaços de interacção cultural."

18 de abril de 2006

O tempo de B.Léza

ExampleA 14 de Junho de 1958 Baltazar Lopes da Silva sintetizava a vida e a obra de B.Leza em palavras, numa emissão da Rádio Barlavento. “Não tenhas dúvidas de que tantos que neste mundo que acabas de deixar ocupam posições cimeiras, dariam dinheiro que não tiveste, para legarem a ressonância que a tua sombra deixa nestas nossas ilhas e na alma daqueles que as compreendem e as amam.”

Essa ressonância aviltada então por Baltazar Lopes ecoa nos nossos dias, e a jornalista Gláucia Nogueira assume-se como personagem deste enredo.

"O Tempo de B.Léza – Documentos e Memórias", é o título da obra da autoria da jornalista, editada pelo Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro (IBNL). O Lançamento acontece sexta-feira, 21 de Abril, às 18h30, na Casa Cor de Rosa, Cidade da Praia. A apresentação vai estar a cargo de Manuel Brito Semedo, Antropólogo e Presidente do IILP.

A obra resulta de um trabalho de fôlego iniciado em 1997, no âmbito do projecto Dicionário dos personagens da música de Cabo Verde da autoria da jornalista. Inclui igualmente um considerável manancial de entrevistas, fotografias, e uma pesquisa minuciosa à imprensa cabo-verdiana do Séc. XX.

O volume de informação conseguido nessas andanças motivou a ideia de escrever “O Tempo de B.Léza – Documentos e Memória” que, segundo a jornalista, não pretende ser uma obra autobiográfica nem exaustiva sobre a vida e a obra do músico. Em entrevista concedida ao Lantuna, no ano passado, a quando da polémica que envolveu o lançamento desta obra, Glaúcia Nogueira avançou ser este livro “talvez um ensaio que refaz o percurso do compositor Mindelense, falecido a 14 de Junho de 1958”.

“Porque o tempo de B.Léza não é o que lhe foi dado viver, já que o impacto da sua obra na música cabo-verdiana determinou o rumo desta e chega aos nossos dias, actual, através dos artistas que mesmo remotamente continua a influenciar”, enfatiza a autora.

centenário B.Leza.por Glaucia Nogueira.aqui

17 de abril de 2006

As paixões da Misá

O quadro acima é parte da colecção Os apaixonados da artista plástica cabo-verdiana Misá. Expressa-se ali a mesma paixão e curiosidade que a artista demonstrou ter para com as suas raízes, quando em meados da década de 90 deixa a Suiça e escolhe trabalhar com os “Rabelados de Espinho Branco”, povo que optou pelo isolamento, devido a convenções sociais e religiosas, no interior da Ilha de Santiago.

Misá, num esforço híbrido, contribuiu para a adaptação e abertura dessa comunidade, e os frutos desse trabalho meritório são agora por todos reconhecidos. A comunidade, que antes era contra a frequência escolar das crianças, já tem escola; as ladainhas que testemunham um dos momentos mais místicos e profundos do grupo estão hoje em CD, reportando para a posteridade essa memória; e a subsistência da comunidade é parcialmente garantida pelos vários trabalhos artesanais desenvolvimentos por jovens e adultos graças aos dotes professorais da Misá.

A comunidade dos Rabelados de Espinho Branco é uma espécie de museu vivo que se visita por gosto e onde está-se por prazer. Saiba mais sobre a Misá aqui.

12 de abril de 2006

adoro o verde

Adoro o Pablo, o Neruda também.
Adoro o verde, assim como o Gil
Adoro o Fogo, incluindo a Ilha
Adoro ele, disse-o já
Adoro eles, já o sabem
O resto é obsessão e passa

Totalmente demais

Totalmente demais - Alceu Valença
Da manga rosa, quero gosto e o sumo
Melão maduro, sapoti – joá
Jaboticaba, teu olhar noturno
Beijo travoso de um umbu – cajá
Pele macia é carne de caju ...

London, London - Caetano Veloso
I´m wondering round and a round, nowhere go to
I´m lonely in London, London, is lovely so
I cross the streets without fear ...

Lanterna dos desafogados por Gal Costa e Herbert Vianna, Emílio Santiago no Compasso do Criador, Taj Mahal à la Jorge Ben Jor. Milton Nascimento/Simone/Ivete Sangalo/ Elis Regina/Chico Buarque/Rita Lee/Zeca Baleiro/Gilberto Gil/Banda Black Rio/Marina Lima/Belchior/Tetê Espíndola/Caetano Veloso/Alceu Valença/Hermeto Paschoal/Ney Matogrosso/Martinho da Vila/Raul Seixas/Elba Ramalho/João Bosco/Nana Caymmi e Wagner Tiso/Adriana Calcanhoto/Chico Cézar/ Frenéticas/Paul Simon como bónus.
São trinta músicas, entoadas por trinta astros da Música Popular Brasileira. Já imaginou um disco desse? Marco Mazzola produziu um no ano passado – 30 anos 30 sucessos MPB. Um monumento, para cheirar aqui!

10 de abril de 2006

Pura eu

O Objectivo foi o único dos nossos a deixar entender que sentiu a nossa falta. Com alguns como o Marmelo temos estado em contacto. Estaremos de volta já nesta semana para à lida bloguista. Não vamos abandonar este mundo :)