11 de dezembro de 2007

A brava ilha perde nhô Mundinho





















"As bandeiras em Cabo-Verde são festas seculares, e sobrevivem ao longo dos tempos por obra de gentes como nhô Mundinho. Clarimudo Ascenção nasceu na Ilha Brava, há 92 anos".

Assim começava uma reportagem televisiva assinada por mim no dia 24 de Junho de 2006, na Ilha Brava. Falava das figuras homenageadas pela edilidade, no âmbito das festividades de S. João, em que nhô Mundinho, ontem falecido, fazia parte.

Clarimundo Ascensão foi pedreiro, padeiro e pintor. À par disso, construiu tambores desde os 15 anos e pela vida dentro, e foi, sem dúvida, um dos personagens mais emblemáticos da bandeira de S.João, já que também os tocava.
Era o mais velho entre as duas últimas pessoas que ainda faziam tambores na ilha. Tambores que também entoavam as bandeiras da Brava e das outras ilhas. No ano da nossa conversa/entrevista, nhô Mundinho, ainda trabalhava por encomenda.

Este ano já fiz sete. Mandei vender no Maio. Uma pessoa da Furna comprou-me uma. Faço tambores para crianças. Ainda tenho em casa. Já ofereci alguns. Já vendi outros. Todos os anos, se puder, faço”, contou-nos.

Os bravenses não terão mais o toque manso característico do nhô Mundinho nas bandeiras de S.João. A Brava, a bandeira e a cultura de Cabo Verde perdem mais um nome.

foto: Pedro Moita

1 comentário:

WWG disse...

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WWG :)