Nasceu perto de Holguín, Cuba, em 1943. Escritor dissidente, a sua vida foi uma luta constante pelo direito à liberdade de expressão total. Falamos de Reynaldo Arenas.
Reynaldo Arenas é uma das figuras maiores da literatura cubana. O seu primeiro romance, "Celestino antes del Alba", obteve uma menção honrosa num dos mais prestigiados prémios cubanos de literatura. No entanto, depois, os seus livros viriam a tornar-se proibidos por serem considerados contra-revolucionários na Cuba de Fidel Castro. Perseguido, viu o manuscrito de "Otra vez el mar" ser três vezes destruído e três vezes por si reescrito. Nos anos 60 e 70, tentou, várias vezes, a fuga para os EUA, acabando por ser preso durante cinco anos.
Para além da sua palavra, considerada perigosa pelo regime castrista, Reynaldo Arenas foi também perseguido por ser homossexual.
Numa das suas fugas da cadeia, esteve dois meses escondido num parque no centro de La Havana, chamado Parque Lénine. Foi aí que começou a escrever "Antes que anoiteça", uma obra autobiográfica, cativante pela força com que o autor descreve a sua luta pela liberdade de criar e de se exprimir. Esta obra ficaria, porém, incompleta durante largos anos. Novamente encarcerado, Reynaldo Arenas apenas voltaria a pegar neste impressionante testemunho pessoal quando já conseguira fugir para Miami.
Doente com Sida, Arenas "escreveu" grande parte deste livro gravando a sua voz para inumeráveis cassetes, sendo as suas palavras posteriormente convertidas à forma escrita. Esta obra foi adaptada ao cinema, em 2000, por Julian Schnabel, tendo Javier Bardem interpretado o papel do escritor cubano.
Reynaldo Arenas suicidou-se no dia 7 de Dezembro de 1990, em Nova Iorque, aos 47 anos de idade. Morreu, citanto António Mega-Ferreira no prefácio deste livro, "antes que se fizesse noite na sua alma"...
Ricardo Simões, in Muita Letra
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