A Ilha do Fogo proporcionou aos seus visitantes de 25 Abril a 2 de Maio uma temporada jamais vista em Cabo-Verde.
Para começar, imaginem um show a começar na boca noti à frente do vulcão, ventado por um fresco característico de Chã das Caldeiras. Tito Paris, Ramiro Mendes, Tcheka numa dupla imbatível com Hernâni, Violinistas locais, e muito mais… O show foi produzido pelo jornal A Semana, no âmbito da abertura da sua delegação local…
Sobre a festa da bandeira, em si, deixo os pormenores com a Kamia no So Pa Fla. Um à parte: o Cola Sandjon (presente no painel fotografado pela Kamia) não faz parte da bandeira de S.Filipe. O Cola de S.Filipe são cantigas espontâneas entoadas pelas coladeras e coladores… não a dança típica de S.Antão erroneamente representada no painel.
As obras do presídio. Viram? Aquele presídio de onde sempre se avistou a brava… aquele que Teixeira de Sousa descrevia. Hoje ostenta uma grade à volta, e um palco de cimento fixo. O chão é azul. Não digo mais.
O emblemático sobrado de Nho Agnelo (construído nos finais do Séc. XIX) foi inaugurado como Sobradinho/hotel. A restauração do sobrado, em si, me pareceu interessante, mas o apêndice que construíram à frente! A própria arquitecta da obra admitiu que aquilo é um non sense estético. Mas como precisavam de uma recepção!
A praça central, à frente da Câmara, está, a partir de agora, cercada. O chão é também azul com tudo o que tem direito: umas pinturas de ramo de café e um vulcão. Os clichés todos.
Há! No Alto de S.Pedro construíram um coreto… a vista para Bila Baxu já não é a mesma coisa.
O Ministro da Cultura ficou de visitar essas obras, e se posicionar depois de um parecer técnico do Instituto de Investigação e Promoção Culturais. A Instituição que cuida da preservação do património em Cabo-Verde, mesmo depois da corajosa carta aberta do cidadão Fausto do Rosário contra o Presidente da Câmara Municipal de S.Filipe, e do protesto de três operadores turísticos residentes na ilha, acorrentados às grades da praça, não disse uma única palavra.
Vamos aguardar.
7 comentários:
Belo texto, Margarida. Sobre o silêncio de quem de direito ante as manifestações...estão engasgados. É que esse pessoal começa a ficar afrontado com essa "lata" que o caboverdiano finalmente está a mostrar que tem ao por a "boca no trombone" e gritar bem alto e em praça pública os seus protestos. Nunca o cabo-verdiano foi tão activo na denúncia dos desmandos feitos por quem se julga dono de Cabo Verde e do seu património.
Olá Margarida,
Tenho acompanhado à distância a delapidação do património arquitectónico de S. Filipe e só me apetece dizer "Shame on you, mister Veiga!!" Espero que as autoridades nacionais ajam em conformidade. A ver...
Bjs,
Katia
Olá, Margarida:
O teu texto deixa a sensaçäo de que há ainda certas imagens por explorar e comentários a fazer no contexto da ilha do Vulcáo. Apesar de muito já se ter esgrimido sobre o assunto (inclusive em ficçäo), näo deixa de ser pertinente uma nova incursáo nesse domínio. Algo atípico, provocador e de denúncia espreita por entre as tuas palavras. Sei lá: tome isso como uma simples observaçáo.
Obrigada kamia. Tens toda a razão.
Pois é Katy ... o nosso Eu(Genia), assim o chamam no Fogo, está a destruir lentamente aquela pérola. Gostei da tua observação, Mário. Porque não?!
Abraços aos três...
Pura eu
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