28 de julho de 2009

Os novos encantos do Fogo

Fogo














Quem sabe não terá chegado a hora de vermos (e vivenciarmos) a Ilha do Fogo para além do seu portentoso vulcão, dos seus soçobrados sobrados e das suas caudalosas bandeiras? Quem sabe não terá chegado a hora de acrescentarmos algo mais que o instituído e seus clichés para que possamos descortinar outros horizontes que já começam a ser reais na Ilha do Fogo?

Novos elementos, pela sua qualidade e pelos seus encantos, terão de entrar no roteiro e no circuito desta ilha, na medida em que estes marcam alguma singularidade e evidente diferencial em relação ao resto do arquipélago cabo-verdiano.

Antes de mais, valerá dizer que a Ilha do Fogo alberga o único hospital privado de Cabo-Verde. O Hospital São Francisco, graças ao activismo solidário do Padre Octávio Fasano e ao programa de intercâmbio com diversos hospitais e organizações de saúde europeus, é uma unidade hospitalar que presta várias valências e especialidades médicas. Utentes do Fogo e da Brava, bem como doutros pontos do País, procuram os seus serviços de qualidade e a custos sociais. Nesse fim-de-semana, por exemplo, foi feito no hospital o primeiro implante orbital, inédito no país.

Este hospital é um projecto associativo da ASDE, (Associação Solidariedade e Desenvolvimento) sem fins lucrativos, cuja sustentabilidade depende parcialmente da dinâmica do projecto que lhe é indexado, o Casas do Sol, vila turística paradisíaca com dezenas de apartamentos e complexos logísticos para eventos (subentendendo os culturais também), sobranceira à praia de Fonte Vila.
Outro mega projecto dessa associação é a Vinha Maria Chaves. Projecto vinícola, incapaz de deixar qualquer visitante indiferente. São 25 hectares de terreno, na zona Maria Chaves, onde foram plantadas 30. 000 videiras vindas da Itália, desde Junho passado e se projectam 106.000 mil pés de vinha, num horizonte de 6 meses. A produção, a cabo de um pessoal já especializado pelo labor vinícola, estima-se, dentro de dois anos, em cerca de 250. 000 garrafas de vinho por ano. Algo que introduz um novo paradigma agrícola em Cabo Verde, instaurando o necessário conceito de agronegócio.

Não posso deixar de escapar alguma emoção sempre que abordo os projectos que têm o dedo mágico do Padre Capuchinho Octávio Fasano que, através de duas associações por ele criadas, a ASDE (em Cabo Verde) e AMSES (na Itália), para dinamizar e projectar um conjunto de obras que irá mudar a cara do Fogo.
Quem sabe não terá chegado a hora de revermos (e revivenciarmos) a Ilha do Fogo?

Continua...

ilustração: rui sousa

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