A 14 de Junho de 1958 Baltazar Lopes da Silva sintetizava a vida e a obra de B.Leza em palavras, numa emissão da Rádio Barlavento. “Não tenhas dúvidas de que tantos que neste mundo que acabas de deixar ocupam posições cimeiras, dariam dinheiro que não tiveste, para legarem a ressonância que a tua sombra deixa nestas nossas ilhas e na alma daqueles que as compreendem e as amam.”
Essa ressonância aviltada então por Baltazar Lopes ecoa nos nossos dias, e a jornalista Gláucia Nogueira assume-se como personagem deste enredo.
"O Tempo de B.Léza – Documentos e Memórias", é o título da obra da autoria da jornalista, editada pelo Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro (IBNL). O Lançamento acontece sexta-feira, 21 de Abril, às 18h30, na Casa Cor de Rosa, Cidade da Praia. A apresentação vai estar a cargo de Manuel Brito Semedo, Antropólogo e Presidente do IILP.
A obra resulta de um trabalho de fôlego iniciado em 1997, no âmbito do projecto Dicionário dos personagens da música de Cabo Verde da autoria da jornalista. Inclui igualmente um considerável manancial de entrevistas, fotografias, e uma pesquisa minuciosa à imprensa cabo-verdiana do Séc. XX.
O volume de informação conseguido nessas andanças motivou a ideia de escrever “O Tempo de B.Léza – Documentos e Memória” que, segundo a jornalista, não pretende ser uma obra autobiográfica nem exaustiva sobre a vida e a obra do músico. Em entrevista concedida ao Lantuna, no ano passado, a quando da polémica que envolveu o lançamento desta obra, Glaúcia Nogueira avançou ser este livro “talvez um ensaio que refaz o percurso do compositor Mindelense, falecido a 14 de Junho de 1958”.
“Porque o tempo de B.Léza não é o que lhe foi dado viver, já que o impacto da sua obra na música cabo-verdiana determinou o rumo desta e chega aos nossos dias, actual, através dos artistas que mesmo remotamente continua a influenciar”, enfatiza a autora.
centenário B.Leza.por Glaucia Nogueira.aqui
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