Frederico Hopffer Almada, mais conhecido por Nhônhô Hopffer, lança agora o seu primeiro álbum, intitulado “Nhara Santiago”. É um trabalho que vem agregar ao mercado discográfico algo de novo e de qualidade. Nhônhô Hopffer faz uma viagem panorâmica sobre os vários estilos da música cabo-verdiana, com paragens mais demoradas pelos ritmos da Ilha de Santiago, cujo título faz uma dupla homenagem, tanto à Ilha, aqui mater, como à própria filha. O músico, que é arquitecto tem um cunho próprio e pessoal. Inconfundível. Quem conferir, confirmará estas palavras. “Nhara Santiago”, uma prenda para este Natal e qualquer ocasião. Apetece gritar “Viva a Música”…
"Nhara Santiago" é disco que lança o arquitecto Frederico Hopffer oficiamente nas lides musicais. Como é que explica o binómio músico-arquitecto?
Sinto-me perfeitamente bem na pele de um ou de outro, aliás acho que as duas áreas se complementam, é difícil encontrar um arquitecto que não goste e muito da música ou de tudo que é arte e cultura. Alguém já dizia que a arquitectura é a mãe de todas as artes. Entretanto, considero-me mais como intérprete do que músico. Este meu disco me completa espiritualmente. Nunca teria paz até realizar este sonho. Eu, a minha família e Deus sabemos.
"Nhara Santiago", tal qual "Traz di Som", de Ângelo Barbosa, parece ser um projecto federador de artistas e suas sonoridases. Que razões o levaram a elencar um sem número de músicos neste disco? Qual é a causa sentimental deste trabalho?
Como disse no projecto que apresentei aos financiadores tinha já havia a garantia técnica do exímio Kim Alves e seu Kmagic Digital Studio. Contudo, quis sempre ter o grande “abraço”, o máximo possível de amigos músicos nesta “aventura” séria. Eu sou assim. Quis que viajassem comigo neste disco. O resultado penso que está à vista e todos os músicos que participaram, incluindo os compositores, estão satisfeitos. Espero também que principalmente o público venha a gostar deste projecto.
Entre Santiago, maternal e matricial, e a sua filha, há um fio condutor evidente e razão onde emerge o título deste trabalho. Fale-nos um pouco desta relação e desta simbiose.
É verdade. O disco chama-se Nhara Santiago. Eu dediquei este disco ao Caboverdiano, mas sobretudo à ilha de Santiago. Eu adoro Santiago. Como nome e como ilha. Tanto adoro que a minha primogénita chama-se Nhara Santiago que também deu nome ao disco e é também o título de uma das 12 faixas que compõe este CD.
A letra e música pertencem ao amigo e compositor Mário Lúcio oferecido e cantado na noite de “sete” da Nhara.
Um disco de mornas e funanás. Como é o processo criativo de Nhônhô Hopffer?
Escolhi os dois ritmos que no meu entender, mais força possuem em Cabo Verde. A morna, pela sua expansão e ao mesmo tempo por acalentar a saudade e o romantismo, e o funaná pela sua explosão, sobretudo no período pós independência, transportando-nos, assim, para as nossas origens e hoje indiscutivelmente música nacional.
Queria também dizer que as mornas e funanas serviram também de homenagem à memória de algumas personalidades da nossa cultura como; Eugénio Tavares, Carlos Alberto Martins (Catchás), BLeza, Orlando Pantera, Zequinha, Ildo Lobo, Ano Nobo, Caetaninho e Bibinha Cabral.
A selecção foi muito cuidada. Ao seleccionar artistas e composições, já estaria a formular uma mensagem particular ao público cabo-verdiano? Trata-se tão só de música ou há algo mais a ser revelado?
Depois de tanto tempo à espera para a gravação do meu primeiro CD, não queria deixar de compartilhar com o merecedor povo Cabo-verdiano o que considero ser entre os melhores: músicos e compositores.
Quando e como vai ser o lançamento de "Nhara Santiago"?
Está previsto para o início do próximo ano, e julgamos poder ser em diferentes momentos e locais e em jeito de divulgação da nossa cultura.
E depois do lançamento, quais os planos futuros?
Quem sabe?! Um novo CD intitulado Frederika Santamaria, mantendo, pelo menos, a mesma qualidade.
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