O SECRETÁRIO-GERAL do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, o antigo jornalista da RDP-África Ismael Mateus, lamentou a falta de consciência profissional que torna a classe vulnerável a pressões, defendendo que os jornalistas devem ter uma "formação superior" que garanta condições para o exercício da profissão.
Ismael Mateus fez estas declarações a propósito da convocação dum congresso extraordinário do sindicato, a realizar entre 15 e 17 de Novembro, cerca dum ano antes de terminar o mandato da actual direcção.
"A classe jornalística angolana está vulnerável porque não possui consciência profissional. As pessoas são compradas com uma simples nota de 100 dólares, e isso fragiliza a classe", afirmou Ismael Mateus Para o dirigente sindical, a situação poderia ser diferente se os jornalistas possuíssem formação superior e se existisse uma carteira profissional "que permitisse saber quem é jornalista e quem não é".
"Os profissionais não estão bem preparados, porque lhes falta uma formação superior", frisou.
O actual secretário-geral do sindicato anunciou que não tenciona recandidatar-se ao cargo, mas manifestou esperança de que o seu sucessor possa "continuar o trabalho desenvolvido para bem da classe".
A expansão do sindicato a todo o país, a publicação da Lei de Imprensa e a definição do estatuto dos jornalistas e do código deontológico são, na opinião de Ismael Mateus, as tarefas em que a próxima direcção deve empenhar-se.
Relativamente ao próximo congresso, o dirigente sindical salientou que ele vai permitir "um debate em torno dos actuais desafios da classe face às grandes questões nacionais".
"Vamos analisar o desenvolvimento da comunicação social no país e suas perspectivas para o futuro, fazendo também uma abordagem exaustiva das condições económicas dos jornalistas", disse.
Segundo Ismael Mateus, a sindicalização dos jornalistas será outra questão em análise no congresso.
O sindicato tem actualmente cerca de 1.500 profissionais inscritos.
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