A Ilha Brava, fez cair o pano sobre mais uma “Festa de São João Baptista”, celebrada a 24 de Junho. Como sempre, são incontáveis os filhos da ilha, residentes em outros pontos do país e na diáspora, que escolhem a data para visitar os familiares e matar saudades da terra natal.
Mais uma vez, a Câmara Municipal não teve a feliz sorte de passar a bandeira a um particular, o que, do nosso ponto de vista, é preocupante. No Fogo, por exemplo, a passagem da bandeira é um assunto quente devido à longa lista de pagadores de promessas ávidos de serem o próximo festeiro.
É a quarta vez que a Câmara assume a bandeira, mas diz-se orgulhosa e encara o acto como um incentivo à tradição local. Esse “impasse”, dizem muitos, poderá ser o reflexo do desânimo das gentes da Ilha de Eugénio Tavares. Sem infra-estruturas básicas, como ligação marítima, por exemplo, falar em turismo, emprego e desenvolvimento é uma miragem. O sentimento de abandono e marginalização da ilha é generalizado. Por outro lado, muitos atribuem esse desinteresse dos naturais da ilha pela Bandeira aos elevados custos que acarreta, hoje em dia, uma festa desse tipo.
Outra realidade chocante na Ilha Brava é o estado em que se encontra a casa de Eugénio Tavares. Conhece-se, de ouvido, muitos projectos à volta da casa de Nhô Eugénio, mas até hoje não se viu algo de concreto. A casa é parcialmente habitada. A parte que permanece fechada é cedida, com frequência, pela Câmara Municipal aos jovens para fazerem bailes. O dia que lá estivemos o espaço estava cheio de panelas, restos de comida, e um cheiro a cerveja passada que dá dó. Resquícios de uma noite de festa.
Vivos aplausos merecem, entretanto, “Os amigos da Brava nos Estados Unidos” com destaque para João Freire (João de Ida), actualmente, residente na Ilha, que, em parceria com a edilidade, tudo fizeram para que a figura de Eugénio Tavares fosse lembrada através de um busto colocado na Praça da Vila Nova Sintra. Praça, aliás, que recebia muitos cuidados de Eugénio Tavares. Isso, pudemos conferir num retrato do coreto da praça, tirado em 1927, em que Julinho nha Luísa Balala escreve o seguinte no reverso: “este ritrato foi tirado por Nho Pansinho de Lessa em 1927, no tempo qui Sr. Eugénio Tavares tomava cuidado com a praça de Vila Nova Sintra".
À espera de um destino está igualmente a casa onde viveu Luís Loff de Vasconcelos. Outro proeminente intelectual que, através da imprensa, assim como Eugénio Tavares, reivindicou a independência destas ilhas.
2 comentários:
Dizem haver muitos projectos a volta da casa de Eugenio Tavares. Nao eh para se admirar! E como a estatua de Eugenio Tavares...
Passaram decadas e mais decadas a falar na estatua de Eugenio Tavares, ate que os AMIGOS da BRAVA tomaram a iniciativa de levar a frente o projecto do busto de ET e calar de uma vez para sempre a inactividade e o mandar boca de muitos. Depois de tudo estar concluido muitos se puseram a rua em busca de credib ilidade. Eh o aproveitar no trabalho e sacrificio dos osutros...Eh o parasitismo e oportunismo crasso...
Ainda esse grupo que so faz quando os outros comecam tem a possibilidade de comecar e terminar pelo menos uma vez na vida o projecto da casa de Eugenio Tavares. Ou estao a espera que os AMIGOS da BRAVA comecam e terminam o tabalho para que os mesmos individuos se fazem frente e proclamam a honra? Por isso que muitos que tem vontade, querem fazer e nao fazem, por causa do parasitismo e ingratidao de muitos.
Que continuem a obra dos Amigos da Brava!
Verdade pura. Desde os anos do governador Brigadeiro Craveiro Lopes dos Santos se falava na estatua de Eugenio Tavares. Porque esperaram tantos anos pelos amigos da Brava?
Os familiares em particular que se deslocam a ilha Brava a convite do edil bravense com passagens e estadia custeada pela Camara Municipal da Brava deviam ter no minimo a cortesia e a grandeza suficientes de recuperar a casa do Eugenio Tavares. Do que eh que estao a espera? Que os AMIGOS da BRava fazem aquilo que muitos andam a boquejar para depois assumirem credibilidade e honra?
Licao aprendida uma vez jamais sera esquecida...
Chamem os familiares (ricos diga-se de passagem) que fazem algo e levantem o nome daquele que dizem ser um elenco familiar para o bem e honra da cara deles. Eles tambem tem o direito de fazer algo, nao e somente aproveitar do trabalho dos outros!
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