Decorre na Cidade da Praia, o 11º Colóquio Internacional de Estudos Crioulos.
Uma lufada de ar fresco, no dizer do Ministro da Cultura, que vai deixar experiências e subsídios para o projecto do governo de oficialização do crioulo.
Esse encontro reúne investigadores, linguistas e estudiosos das línguas crioulas, oriundos de trinta e um países.
O Colóquio acontece, em Cabo Verde, no ano em que o país assinala o seu trigésimo aniversário. Uma coincidência cheia de simbolismos.
A valorização do crioulo cabo-verdiano, como um acto de cultura, começou a desenhar com a independência destas ilhas, em 1975. O primeiro grande passo nesse sentido foi dado com o Colóquio de 1979 onde se adoptou o alfabeto Mindelo que vigorou durante 10 anos.
Em 1998, o governo aprovou, a título experimental, o ALUPEC. Base do Alfabeto Unificado para a Escrita do Crioulo Cabo-Verdiano.
Para a padronização da língua, algumas medidas estão previstas, como a introdução do ensino da língua cabo-verdiana de forma autónoma nas instituições superiores públicas e nas escolas de formação de professores. Vai se promover, dentre outras acções, a promoção da investigação na área gramatical, lexicográfica, e sociolinguística da língua cabo-verdiana.
Esse colóquio vai servir para mostrar que nós não estamos sozinhos nessa luta, diz o Ministro da Cultura.
Antes o que comprometia o estatuto do crioulo, segundo o presidente do Comité Internacional dos Estudos Crioulos, Robert Chaudenson, era, no fundo, a questão da escrita. Actualmente, com o advento das novas tecnologias, é uma questão ultrapassada.
Como é que vamos comunicar daqui a alguns anos? Entre os cabo-verdianos de Bordeaux, ou de Boston, com os de Cabo Verde? Vão comunicar através da web cam, vão comunicar através dos computadores. Através da web cam vemos a família, não vamos precisar de escrever! Isso para dizer que o handcap da importância da escrita, numa língua, está em vias de reduzir com as novas tecnologias, sentencia Chaudenson.
O Colóquio prologa-se até ao dia 6 de Novembro.
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