Assistia, ontem, pela Televisão Nacional, à entrega do prémio Jornalista Africano CNN Multichoice. Uma iniciativa de 10 anos que tem prestigiado a competência e a ousadia jornalísticas em África. Uma boa ideia, sem dúvida. Em Cabo Verde também a associação dos jornalista, AJOC, já criou um prémio para distinguir a qualidade. Perfeito! No decorrer da entrega, percebi, com alguma inquietação, que todas as reportagens premiadas falavam de pessoas violentadas, crianças estrupadas, vítimas da Sida, dificuldades mil. Até o prémio destinado às Artes e Cultura estava relacionado a uma agrura qualquer. Não se sabe de que lado está o pessimismo. Se do lado dos concorrentes que acreditam mais no impacto desses trabalhos, ou do júri que só premeia desgraças bem narradas. Sem qualquer desprimor pelos assuntos premiados, que indiscutivelmente fazem parte do quotidiano de alguns países, e devem ser denunciados, questino a uniformidade da agenda, num continente tão diverso como o Africano. É motivo de belas reportagens, o modo de vida singelo de milhares de povos deste continente, é motivo de reportagem a diversidade artística única "desta nação", é motivo de belas histórias a vida de estrelas africanas que saíram de aldeias recônditas e se fizeram ao mundo. A nossa poesia, a nossa literatura, os nossos homens... temos tantos motivos outros! Nunca ganharei um prémio em África... prefiro contar as belas histórias.
25 de agosto de 2006
As belas histórias de África
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
Margarida,
Virá o dia em que os jornalistas e os artistas africanos serão portadores da boa nova. O nosso Continente está tão dilacerado e espoliado que as coisas boas ficam ofuscadas pelas más. De qualquer maneira, o teu post é poético e pungente. Com a qualidade habitual. É preciso desafiar o afropessimismo de facto. Que tal escreveres sobre o African Renaissance, a germinar hoje sobre a liderança de Thabo Nbeki. Presidente da África do Sul?
Todos estamos conscientes do estado mutilante de África...exactamente por isso deveriamos estar mais atentos às boas novas. Não deixar-se influenciar por aqueles que vêem as desgraças africanas como um trunfo profissional ou político. Vou ter o seu repto em consideração. Obrigada!
Concordo plenamente com você, Margarida. Acho que mais difícil em reportagens dignas de prêmios, é falar de coisas boas e não as ruins.
Bjs
Exacto, Vladimir. É mais difícil, principalmente quando as coisas más são dadas de bandeja, pelas agências internacionais, organizações disso e daquilo, etc.
Margarida,
Os jornalistas que se prezam (e neste caso, fazes parte do grupo) contam histórias boas e más. O importante é colocar a isenção e o espírito de missão jornalística acima do optimismo e do pessimismo de cada um. Isenção não significa neutralidade, mas com certeza ela tem a ver com a verdade ou a aproximação dela. Thabo Nbeki tem um programa de empoderamento da África - história, cultura, economia, etc - e é preciso acompanhar tal iniciativa. Se precisares de mais elementos, consulta o Site de Thabo Nbeki ou de Nelson Mandela.
Nkosi sikelel' iAfrika
Nkosi sikelel' iAfrika
Captei, leitor atento... vou visitar o site. Muito obrigada. O bom e o mau existem, e devem ser reportados com isenção. Inquestionável isso. Sou crítica a uma certa linearidade de agenda sobre África. Sempre fui.
Sansakroma-�frica-Brasil-Cuba
Julio D'Zamb� e D�bora D'Zamb�
Contadores de Hist�rias Africanas
Escritores do Livro "Nzu� e o Arco-�ris"
Site para conferir:
www.sansakroma.com
gostei muito desse site a gente tem que se unir e colocar na cabeças das pessoas q a africa nao e um pais pobre contem tambem suas belezas naturais
Enviar um comentário