19 de outubro de 2005

Encontros

ExampleExampleIolanda de Pablo Milanez, fechou, sob o signo de mestiçagem, o encontro, na Praia, entre Mário Lucio e Luis Represas. Um encontro que resulta dos tantos desencontros que a vida nos proporciona. A própria mestiçagem, neste caso musical, na proposta de Luis Represas, nada mais é, do que uma síntese de um percurso de história, e de vivências.
O concerto UniVersus foi um momento de reencontro de povos, de cultura, de ritmo e de lugares. Tarrafal é revisitado com alma e espiritualidade na voz de Mário Lúcio e cruza com o sabor lusitano oferecido por Represas.
Filhos de Ogum e Oxum, Mário Lucio e Luis Represas selam no plano de suas divindades o cruzamento entre espiritualidades transversais que perpassam as especificidades espaciais, e reflectem os mil olhares do mundo.
O show de ontem confessou alguns lugares, outros nem por isso. Era preciso? Cada um viajou ao seu universo interior. Cuba de Pablo Melanez é, entretanto, assumidamente, um berço infinito dessas duas figuras.
O grupo de dança contemporânea, Raiz de Polon, fechou o ciclo cortando ao meio o espectáculo, e permitindo entender a coerência de uma concepção que iniciou pelo afirmar das individualidade Mário Lúcio e Luis Represas. Foi, sim, uma proposta de encontros, de síntese e, sobretudo, de mestiçagem. A música, mas também a história e o amor têm esse poder.

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