Uma casinha branca entre a verde espessura
A recordar de longe um navio do mar,
Ou formosa capela alvinitente e pura
A subir como uma ave ou uma núvem no ar;
Casto ninho de amor, alvo e perfumado, onde,
Em terna comunhão vivêssemos os dois
Ouvindo às tarde, quando o sol além se esconde,
O murmúrio da linfa e a voz dos rouxinóis…
Uma casinha assim é que ambiciono e quero
Para longe do mundo erguermos nosso lar,
Sob a bênção de Deus e dum amor sincero;
Uma casinha assim em plena solidão…
Dentro, alegres, os dois de ventura a cantar:
Eis, meu Amor, a minha última aspiração!
Pedro Cardoso, Lírios e Cravos, 1951
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