12 de janeiro de 2011

Dos debates ... históricos!

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A Estação de TV Pública inaugurou uma série de debates temáticos, tendo em vista as eleições de 6 de Fevereiro. O debate é mediado pelo Chefe de Informação, acontece às quartas-feiras, e, se a memória não me falha, já vai na sua quinta edição.

Depois dessa iniciativa, segue uma outra, desta feita da RTC, com transmissão simultânea na rádio e na tv: uma série de três debates, com todos os partidos, (inaugurada no dia 14) e o último, marcado para 18 deste mês, entre os líderes dos dois maiores partidos, José Maria Neves e Carlos Veiga.

Os dois debates com os partidos concorrentes serão mediados pelos Chefes de Informação da Rádio e da Televisão. O último debate vai ser mediado por Carlos Santos, Director da RCV, e Álvaro Ludgero Andrade, Director da TCV e ex. administrador da RTC. Uma iniciativa louvável, que envolve apenas a cúpula das duas estações públicas.

11 de janeiro de 2011

Com que roupa?

nu


















Cabo Verde vai a votos no dia 6 de Fevereiro, e a pergunta é: a comunicação social (do estado) vai com que roupa? Ou seja, qual será e tem sido o seu papel efectivo, a sua contribuição genuína, vis-a-vis o interesse público. Ela vai continuar com a sua atitude acrítica, servil e simpática perante a máquina? Aqui pouco importa o palco da retórica montado para confundir!!!

Noel Rosa escreveu e o mundo cantou:

Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Eu hoje estou pulando como sapo, pra ver se escapo
desta praga de urubu
Já estou coberto de farrapo, eu vou acabar
ficando nu...

Praga mesmo são as redacções deste país, Abraão Vicente! Quando o núcleo de base (se permite) é  minado e se dobra a troco de migalhas (ki ca ta dura), não há nada a fazer... às tantas, é calar-se e lutar (salve-se quem puder) contra a praga de urubu! Você se livra, mas os gados morrem!

ps: o rei vai nú...

10 de janeiro de 2011

Reinventar o Futuro















Afinal, o «ano maldito» não foi ainda este 2010. Vem aí, segundo dizem as previsões mais optimistas, um 2011 ainda pior. Mas a atitude certa para quem queira contrariar o destino dos tempos não é a de entregar-se ao desconsolo destes presságios. Sempre que olho para estas previsões, apetece-me voltar a dizer: afinal, o futuro foi ontem. O futuro foi ontem, porque o presente não nos anima para o que aí vem. A prometida Europa, a «revolução dos cravos» de uma democracia em liberdade, com bens melhores distribuídos, saúde, educação e justiça mais garantidas, foram promessa. E as promessas incluem sempre grande percentagem de futuro À medida que vão falindo, o futuro fica para trás.

Somos chegados aos tempos que não deveremos delegar só nos outros, seja no Estado, seja nas instituições de quem dependemos, o contrariar estes destinos. Cada um de nós, o que quer que faça, onde quer que esteja, terá de ser co-autor de procurar o futuro. Não estamos no «fim da História». Mas estamos no fim de um ciclo. Não é a História que acaba, mas é o paradigma que se esgota. O paradigma de um dito «modelo ocidental» que nos trouxe, em coisas boas e más, até aqui. Como dizia Braudel, as «ondas da História» podem ser breves, médias ou longas, mas mudam. E baseado nesta interpretação, Domenico de Masi, conjecturava: estas mudanças não são apenas o resultado de uma guerra, de uma revolução; só acontecem na coincidência de três inovações: novas fontes energéticas, novas divisões do trabalho e novas divisões no poder. E por isso, relendo a filósofa húngara, Zsuzsa Hegedus, dizia: o único garante da mudança de uma sociedade é a criatividade, a invenção.

Numa sociedade sem emprego para todos, sem segurança social capaz de assegurar a longevidade, com a democracia a exigir «meses de suspensão», com liberdades ameaçadas, com valores de pernas para o ar, com economias liberais sem créditos assegurados, com Estados ou Uniões a demolirem-se, vamos ter de ser criativos, inventivos. Individual e colectivamente.
Não enjeitemos a culpa que quase todos tivemos. Uns mais do que outros. Estamos sem qualquer espírito inventivo. Vejam-se as medidas de austeridade. Vejam-se as eleições que fazemos. Do fundo das nossas vitalidades reinventemos novos trabalhos, diferentes estados sociais, modelos de comportamento para «uma nova onda» da História. Não volta a haver a «arca de Noé». Mas pode haver o contributo de cada um de nós para reinventar o futuro.

J.M. Paquete de Oliveira

PS: Este texto pode parecer estranho. Mas é o voto que entrego a cada português para 2011.

6 de janeiro de 2011

Norberto Tavares: O Trovador da Esperança





















Uma frase de Eugénio Tavares, patrono da Cultura Cabo-verdiana, descreveria o falecimento de Norberto Tavares, um dos grandes cultores da música e da cidadania cabo-verdianas.

(…) Korpu katibu bai bo ki é escravu; oh alma bibu kenha ki al lebabu (…)

Norberto Tavares, paradigma da frase de Eugénio Tavares, nasceu em 1956, em Santa Catarina, e faleceu em 2010, em New Bedford, Estados Unidos da América, aos 54 anos de idade e com 35 anos de carreira. A sua vida breve deixou marcas profundas na música cabo-verdiana e a sua forma de ser cidadão igualmente deixou marca indelével na Nação.

Para ver Quinta-feira: 22 horas: na Televisão de Cabo Verde
Com as participações de Carlos Gonçalves (Jornalista e Músico); Charles Akibódé (Historiador); Zé Rui de Pina (Músico e ex. integrante dos Tropical Power); e Calú Monteiro (Músico).

1 de janeiro de 2011

Por uma nova década….

Nos últimos dez anos, temos uma situação grave. Fico desesperado e angustiado de como é que a sociedade cabo-verdiana em geral e as autoridades se acomodam a uma realidade que é dramática. O alcoolismo é um dos problemas graves de Cabo Verde em termos de saúde pública. O consumo começa numa idade cada vez mais precoce, e o avanço das mulheres no consumo é impressionante, e em bebidas de qualidade péssima. (…)

Temos consequências familiares, na violência, ao nível da saúde mental. Mas não tem sido feito nada.Verificamos, contrariamente ao que diz a lei, espaços de venda de bebidas alcoólicas proliferam junto das escolas. Há uma publicidade de uma agressividade incrível, dirigida dominantemente para jovens. Muitas bebidas são mais baratas que sumos. O problema devia ser objecto de políticas educativas agressivas, ligadas aos preços, ao acesso, à venda de bebidas, fiscalização, etc. Porque estamos a acabar com o que temos de melhor, que é a nossa juventude.

Manuel Faustino em entrevista a "Expresso das Ilhas".