Um dos filmes que mais desejei ver desde o seu lançamento. Mas confesso que esperava outra coisa. Truman Capote (jornalista e escritor) escreveu A Sangue Frio, em 1966, o livro que marcou terreno no jornalismo literário. Um romance não ficcionado que narra um crime múltiplo e horrendo que vitimou quatro membros de uma família, em Kansas, Estados Unidos, em 1959. Truman Capote, enquanto jornalista da Revista The New Yorker, foi destacado para cobrir a investigação, e a repercussão desses crimes. Presos e sentenciados que foram os assassinos, o jornalista resolveu fazer um outro percurso. Descobrir as reais motivações dos autores de tamanha atrocidade. Levou anos a entrevistá-los, estabeleceu uma estreita relação com Perry Smith, um dos assassinos, cujos relatos acabaram por dar corpo ao livro que chocou a América - In Cold Blod.Já o filme Capote (2005, Bennett Miller) é diferente. Centra, do principio ao fim, na personalidade excêntrica de Truman. Sente-se pouco os assassinos, tão presentes no romance, pouco ou nada se sabe da família assassinada, ao contrário do livro. Foi um caminho escolhido, dentre tantos. A actuação de Phillip Seymour Hoffman é a pedra de toque da narrativa. A fotografia é igualmente muito cuidada. Um dos momentos altos da realização, na minha percepção, é a tensão provocada pelo movimento de câmera no corredor da morte, quando Truman conversa com Perry, pela última vez. Capote é, no meu ponto de vista, o filme que resulta ser visto antes da leitura de A Sangue Frio. Frustra menos.
O movimento “Slow Food”, criado há 20 anos por uma organização internacional que tem hoje cerca de 100 mil adeptos, nasceu na Itália, onde acaba de promover um encontro do qual participaram centenas de cozinheiros. Contrário ao fast-food norte-americano, o movimento tem origens em militantes de esquerda que buscam recuperar os “valores ecológicos e culturais da gastronomia”. A idéia é constituir uma visão humanista da nutrição que se opõe ao avanço da agroindústria globalizada.
