3 de dezembro de 2007

A clareza dos dias

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De regresso à Terra da Claridade. Para trás, fica a Terra da Luz. A semana que passou ficou marcada por um exercício interessante nas relações entre Cabo Verde e Brasil, mais propriamente Cabo Verde e Ceará.
A Secretaria da Cultura do Ceará organizou, em parceria com a Embaixada de Cabo Verde no Brasil, um certame literário - Claridade na Terra da Luz - tendo como matriz uma feira de livros cabo-verdianos e uma série de palestras, bem como propostas videográficas, tudo girando em torno do Movimento da Claridade.
O Movimento Claridoso advém provavelmente da Revista Claridade, publicada em 1936, em torno de uma trindade intelectual - Baltazar Lopes da Silva, Manuel Lopes e Jorge Barbosa. Essa "verdade" é sabida por todos, mas na Terra da Luz todos estavam ansiosos por saber o que afinal liga essa gente ao Brasil.
Dentre as várias correntes de influência, convém aqui recordar que a literatura dos nordestinos do Brasil foi uma ideia-tipo, de ordem histórico-sociológica, para os intelectuais de Cabo Verde .
Alguns quiseram saber como essa influência/identificação é vivida cá - nas escolas, mais propriamente. Outros divagaram sobre a Semana de Arte Moderna de São Paulo e sobre o Romance Nordestino dos Anos Trinta.
Os debates aconteceram com menor ou maior intensidade. Os vídeos apresentados caíram no agrado de todos, que passaram (ainda que num cenário puramente temático) a visualizar um certo Cabo Verde.
Em alta mesmo ficaram os ânimos dos presentes perante o aforismo "Nem África, nem Europa, mas Cabo Verde". Sim, porque nele fica uma "fina recusa" do continente negro. E não faltou quiproquó na questão do crioulo. Dava para ler a estupefacção dos cearenses, perante o embaraço de alguns dos nossos intelectuais em relação à oficialização do crioulo – a nossa língua materna.

Em mim

De novo, a canção. A mesma que sempre amei…

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