26 de junho de 2010

À brava ilha de nhô Tatai… aquele abraço





















A festa da Bandeira de S. João, na Ilha Brava, este ano, excepcionalmente, prolonga-se para além do dia 24 de Junho: a grande sexta-feira foi emendada com o fim-de-semana, (vai dar Terra Samba) e a ideia é boa. Não fossem as deficiências de transporte, já habituais na ilha, o brilho seria diferente, garantiu o edil à TCV.

A tradição se cumpriu e a edilidade homenageou Armando de Pina, compositor bravense de muita nomeada, a viver largos anos nos Estados Unidos. Das suas mornas, as mais emblemáticas são “Mar ê morada de Sodade” e “Oh Djabraba N Ca Negabu

A nota curiosa da festa deste ano é a tomada da bandeira por um filho do Fogo. João Pedro é proprietário do conhecido restaurante de S. Filipe, Sea Food, um fervoroso amante das bandeiras e um devoto de S. João. Desde meninice que acompanha a Banderona em Campanas baixo (Fogo), que acontece em louvor ao mesmo Santo, tendo sido cavaleiro dessa bandeira.

Apesar da alegria pela passagem da bandeira, é pena perceber que depois de anos e anos, continua a ser uma dificuldade a tomada da bandeira pelos filhos da Brava. Aqueles residentes que gostariam de o fazer não têm posses, os muitos emigrantes, ao contrário do que acontece no Fogo, vão perdendo esse espírito. Mas vejamos o lado bom: a Bandeira dada por um filho do Fogo pode aproximar mais ainda as vizinhas ilhas.

Se há uma ilha neste país que precisa urgentemente de um fórum do estilo “Onde Estamos e para onde vamos”, esta ilha é a Brava de Nhô Tatai. O marasmo afecta tudo, até a Bandeira, a mais singela e forte demonstração de pertença e fé daquele povo.

com: Jacqueline Pereira

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