26 de fevereiro de 2011

Christian Lagnidé




















Acompanhado do seu staff de comunicação, (foto) recebe-nos em sua casa com uma simplicidade notável, mas a quantidade de carros topo de gama que acolhe no pátio interior da imensa residência no bairro de JAK, agride a visão e mostra que o indivíduo afável que nos encara não se trata de um comum beninense. Falamos do ilustre empresário africano Christian Lagnidé, 47 anos, o mais jovem dos candidatos às presidenciais no Benin.

Depois de uma carreira futebolística internacional, Lagnidé decidiu lançar-se no mundo dos negócios, uma aventura de sucesso e recheada de ousadia, senão vejamos: implementou e desenvolveu com sucesso o telemarketing no Benin; em 1997, numa altura em que a liberação audiovisual não era uma batalha ganha, fundou o primeiro canal de TV privada da África francófona, LC2 Télévision. O canal é generalista, emite 24 horas sobre 24, produz três telejornais. Possui ainda uma antena internacional em Paris.

Além de várias iniciativas empresariais no Benin, a maior parte bem sucedida, como é o caso do cartão de crédito pré-pago e recarregável, Nàsuba Express, Christian Lagnidé impõe-se também no campo internacional como um empresário de sucesso. Em 2003, através da sua rede de notícias, AFNEX, conseguiu os direitos de difusão dos jogos da CAN até 2016, em 44 países africanos, incluindo Cabo Verde.

De referir que Christian Lagnidé não é um novato nas lides da política. Foi ministro de juventude e desporto em finais dos anos 90, e conselheiro do Presidente Mathieu Kerékou entre 2000 e 2006. Mas diz que nunca deixou de fazer política, “todo o homem de negócios faz política”, precisa.

“Christian Presidente” é o seu nome de guerra nesta campanha, e afiança que quando ganhar as eleições vai gerir Bénin como uma empresa, onde os accionistas serão os próprios beninenses.
Sem receio de ser acusado de ter uma visão economicista da política, Lagnidé é peremptório: “resolvendo a economia, 70 % dos problemas de Benin estarão solucionados”. O seu programa baseia-se em três pilares: a descentralização, uma proposta nova no país, acesso de todos aos serviços de saúde, e ao crédito seguro.

Lagnidé é um homem muito confiante. “Vou ganhar as eleições no dia 6 de Março”, assegura-nos.

2 comentários:

Paulino Dias disse...

Olá Margarida,

Muito obrigado por nos trazer esta história... Ousadias como estes que relatas deviam inspirar-nos por aqui.

Apreciei sobretudo a ideia de "gerir o Benin como se fosse uma empresa, onde os accionistas serão os próprios beninenses". Genial! Desde que se substitua, na tabela das Demonstrações de Resultados, o "lucro líquido" por algo como "bem estar social"...rsss.

Abraço,

pura eu disse...

Pois é, Paulino,

Lagnidé vê "esse lucro líquido" como um bem social, sobretudo... e o defende como tal. Perante cenários africanos a que já nos habituamos, nada a negligenciar, portanto... rsrs.

Abraço,