22 de abril de 2011

Vamos celebrar a Bandeira

Eu, e Waldomiro Dias, Tamboreiro chefe

















"Os momentos" foi durante anos um portal de divulgação cultural, e as Bandeiras da Ilha do Fogo sempre foram abordadas neste sítio. Primeiro, porque são manifestações tradicionais de uma riqueza cultural e simbólica que extravaza a ilha; segundo, pela movimentação que provocam, constituem um motivo incontornável de união da nação global cabo-verdiana.

Hoje, apenas uma identificação pessoal traz-me para esta conversa sobre a Bandeira de S.Filipe. Um convite emotivo, diria!

S.Filipe, na segunda quinzena de Abril, distancia-se, de todas as formas, da cidade pacata do dia-a-dia que todos conhecemos. Diariamente, nesta época, chegam "a bila" uma média de 300 pessoas; as pensões e os hotéis ficam super lotados, as ruas enchem-se, a noite a o dia confundem-se! É simplesmente maravilhoso.

A Bandeira de S.Filipe coincide com a festa do município que também culmina no dia 1º de Maio. A Casa da Bandeira e a Câmara Municipal, cada um a seu modo, e numa espécie de concorrência, programam os cerca de 8 dias de festa, e as pessoas escolhem.

Os bailes no presídio, da responsabilidade do município, movimentam milhões a cada ano que passa, e o público corresponde; assim como as corridas de cavalo, e as partidas de futebol.

Apesar dessa disputa programática, o lugar simbólico da Bandeira de S.Filipe (as tardes de pilon, o sentido de promessa, a fé no Santo, os rituais, os personagens) resgata-se e preserva-se a cada ano que passa, e os festeiros têm feito um grande esforço nesse sentido.

Entretanto, continua a ser esse o desafio maior dos cultores das bandeiras: reinventar a fé, motivar os mais jovens e celebrar com sentido de pertença o legado dos nossos ancestrais. De recordar que além de S.Filipe, as bandeiras de S.Pedro, S.João e Santa Cruz são as mais celebradas na Ilha.

Bem haja, Bandeira de S.Filipe, uma festa que sintetiza a riqueza cultural de Cabo Verde, traduz a simbiose antropológica destas ilhas, e a comunhão de uma nação dispersa, mas cada vez mais convergente na sua idiossincrasia. Vamos todos celebrar a Bandeira.

2 comentários:

Wanasema disse...

Olá, Margarida!
Esclarecedor o texto sobre a festa das Bandeiras. Queria conhecer um pouquinho da manifestação cultural e seu texto saciou minha vontade.
Abraços,
Ricardo

pura eu disse...

Oi, Ricardo!
Fico satisfeira com isso...agora só falta dar um pulinho até ao Fogo e dar uma olhada numa das Bandeiras. Tenho certeza que você vai amar.

Abraços e Santa Páscoa,

Margarida