12 de março de 2007

Da escravatura



(…)

Por quê, de todos os países implicados na venda de carne humana – a exemplo da Inglaterra, da França, da Holanda, da Espanha e mesmo Estados Unidos da América -, Brasil e a sua contraparte, Portugal, são os mais recalcitrantes no aceite à sua culpa, não apenas moral mas econômica, sobre as condições miseráveis impostas aos afro-brasileiros? Será por que as elites de mando nesses países, e particularmente no Brasil, trabalham com a hipótese da amnésia como componente fulcral da memória histórica que marca a nossa trajetória social?

Passa da hora de o país que até por volta de 1880 mais importou e se utilizou do comércio e da mão-de-obra escravas da África para se constituir como Estado (Brasil, hoje uma das mais importantes economias emergentes do mundo capitalista), ser chamado à responsabilidade de que tanto se esquiva. Acionar nos tribunais locais e cortes internacionais tanto o Brasil quanto Portugal, inclusive setores econômicos privados e públicos herdeiros do tráfico, exigindo indenização material (inclusive em dinheiro) para os afrodescendentes, é meta que neste ano de 2007 pretendemos atingir, retomando uma luta iniciada em 1993.

Para isso estamos montando o comitê Reparação é Justiça Brasil (RJB), buscando apoios internos e no exterior. Devemos, como primeiro passo, articular um bate-papo entre os interessados no debate, a ser realizado até o final de abril de 2007 na cidade de São Paulo. Adesões e contribuições, de todas as cores e credos, evidentemente são bem-vindas! Tal debate somente será possível com a conjugação de todos e todas as forças interessadas.

Fernando Conceição*,
março 2007.

* Professor na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia - Brasil

1 comentário:

Anónimo disse...

É lamentavel dizer, pois corre sangue africano em minhas veias,que os nossos ancestrais deram seu sangue e sua vida para a nossa felicidade de viver no Brasil. Assistam as carnificinas praticadas pelos africanos e seus facões assassinos, que dizimam aldeias inteiras. Leiam os massacres de Ruanda,de Angola,de Gana,da Serra Leoa, da Nigeria e de tantas outras nações negras, onde irmãos de sangue e de cor, cortam pescoços e braços de cianças e mulheres como se fosse uma bananeira.