28 de março de 2008

Pablo Neruda

Pablo Neruda













Neruda, por acaso,
detestava os livros.
Daí que os deixava,
em casa, sem nunca os abrir

E, saindo à rua,
que é onde a vida começa,
só parava à beira-mar

E, à beira-mar,
esquecendo que é na estreita
vereda entre o umbigo e o ânus
que os paraísos começam e findam,
Neruda enlaça a mulher,
pelo nome (que assim
ela cabe melhor no poema)

E, sem que de lábios,
mamas e coxas
ele faça menção,
nem ao licor
com que a mulher
embriaga, antes do sono,
o poeta navega e dorme

Arménio Vieira

2 comentários:

Unknown disse...

uau, legal o post. Ela (minho-kinha.blogspot) anda reclamando que ninguém lê Arménio Vieira. Ainda bem que não é geral. não?! ;)

pura eu disse...

;)
O nosso Armério é um bálsamo. Deviamos falar mais dele... mas esse dia chegará: quando ele morrer, certamente.!!!!!!