24 de novembro de 2010

A Crioulização, o Candidato e os dias

























A música (e as suas nuances) vem sendo um factor primordial na internacionalização de Cabo Verde. Esse fenómeno dá-se de formas diversas, quer pelos músicos cabo-verdianos que levam o nome do país para os quatro cantos do mundo, quer pelo encanto que amiúde a nossa música vem despertando entre as pessoas (artistas, inclusive) por esse mundo ao longe. No caminho encontramos vários casos.

Desta feita, escolhemos falar de ATIM (foto): um jovem marroquino nascido em França que convive durante toda a vida com cabo-verdianos. Por causa dessa convivência, Atim conseguiu não apenas dominar perfeitamente o crioulo, como também inclinar-se completamente para uma “vida artística crioula”. Ou seja, grava o seu primeiro disco com músicas cantadas grande parte em crioulo, com músicos também quase todos de Cabo Verde, e como título para o seu disco de estreia exibe “Tudo pa Bó”: um título que diz tudo, afiança.


A última música do CD de 19 faixas é um Funaná, e será certamente o sinal mais indelével que retrata ATIM como um caso sério de crioulização. Algo muito para além da constação “morabi” para o povo destas ilhas.

O Candidato

O Ministro das Infraestruturas, Transportes e Telecomunicações, Manuel Inocêncio, já sorri mais diante das cameras de TV, apresenta-se mais solto. Substituiu as gravatas clássicas para umas de seda, deu grandes entrevistas assumindo-se como candidato do PAICV. É ele que todos os dias aparece na televisão devidamente acompanhado pelo Primeiro-Ministro a inaugurar troços de estradas, pontes, portos, aeroportos em todos os cantos do país. Sobre ele, José Maria Neves disse: "Nunca um homem trabalhou tanto por Cabo Verde como este ministro". Sem considerandos de ordem subjectiva, ele é o Candidato do partido tambarina para os próximos embates presidenciais!

Os dias

Os dias fazem-se como o pão no forno: é esta simplicidade profunda que me fez cair de amores por Pablo Neruda, e aprender a ser vigilante para com o pão e cuidar sempre do forno.

3 comentários:

Tchale Figueira disse...

Bonito ver que a musica, a arte em geral pode unir povos... no fundo somos todos o mesmo povo com selecções culturais diferentes. Um Berber canta crioulo assim como um crioulo pode cantar Arabe Etc. O grande antropólogo Marvin Haris explica isso claro como água.

Manuél Inocencio, Zé Maria, Carlos Veiga: SEM COMENTÁRIO!

Tchale Figueira disse...

Esquecer do Pão e do Forno e de Neruda? fiquei distraido mas o cheiro do pão acordou-me e vi Neruda dançando.

Abraço fraterno

pura eu disse...

E até hoje danças com Neruda! O pão da poesia vivifica!

Beijos do mesmo forno...