29 de julho de 2011

A queda do monolitismo?

(...) A novidade, a grande novidade, da candidatura apoiada pela ala de Corsino Tolentino é o facto de ela resultar do fim do aparente monolitismo existente no PAICV. Ao longo da história o PAIGC/CV habituou os cabo-verdianos a uma aparência de monolitismo quase absoluto. Problemas graves, poderiam ocorrer no seu seio. Divergências muito profundas poderiam existir, mas aos olhos do público cultivava-se uma unidade monolítica. (...)


Manuel Faustino

25 de julho de 2011

JMN afronta “intriguistas”

Example
















(…) Amílcar Cabral foi assassinadu pa dirigentis di PAIGC. Ê dirigentis di PAIGC ki trai i ki assassina Amílcar Cabral, na basi di o kê? na basi di intriga. Ê guentis ki ta fla Mi ê Amílcar Cabral, mi ê PAIGC, ami n ta difendi Cabral. Má ê xefi di ses segurança, xefi di se guarda costa, dirigenti di PAIGC, ki mata Amílcar Cabral; pamodi intriga, pamodi sedi di poder, pamodi ca rispeta scolhas ke fêtu pa Amílcar Cabral ki luta, ki da sê vida, da sê sangui pa Independência de Guiné i di Cabo Verde. E n crê pidi nhôs. Nhôs pensa dia 7 de Agosto na kel sangui dirramadu pa Amílcar Cabral ki morri por causa di intriguistas, ki morri por causa di guentis ki ca ta rispeta, ke ca leal, ke ca amigu (…)

Vila Nova, 22 de Julho de 2011

20 de julho de 2011

Quando se parte...


















1. O texto que vai ler foi escrito por mim e publicado neste blog em Novembro de 2007. Nha Filó morreu hoje em sua residência, em S.Filipe, por volta do meio dia.

2. Sou uma mulher de poucos amores (devo ter dito uma blasfémia, mas é a pura verdade). Uma das pessoas que amo de coração completou esta semana 104 anos. Ela é minha madrinha, provavelmente a mulher mais velha de S. Filipe. Um monumento da Cidade. Felismina Mendes é o nome dessa madre, mais conhecida por Nha Filó, a dona de todas as estórias. É ainda lúcida. Mas lembra de cor algumas estórias, que de tanto repeti-las, podem nos induzir ao erro. É do encanto, apenas. A proeza de ter cruzado décadas feitas de tudo.
Ela cultiva uma relação especial com a televisão. As telenovelas, os filmes e o noticiário encantam-na. Nutre uma saudade eterna pelas estórias que conta do Dr. Teixeira de Sousa, um amigo e grande médico que também escreveu romances que ela nunca leu.
Nha Filó é um arquivo vivo... basta consultar. Uma senhora alegre que nunca teve filhos, mas cresceu com crianças à volta. Hoje, continua assim. Entram pela meia-porta, pedem água, assistem à TV, e depois se despendem. Tê manha nha Filó.
Foi conhecer a América só na década de 80, porque não quis ir antes. Muito antes, na década de 50, quando o seu pai comprou Ernestina, o barco que cruzava o atlântico com cabo-verdianos rumo à América. O pai, Henrique Mendes, e o irmão, Arnaldo Mendes, eram partes da tripulação, e desse manancial de vida, nha Filó guarda pérolas memoráveis.
Felismina Mendes sempre permaneceu em S.Filipe à espera das estórias que chegavam para depois partirem. E continua lá, à espera do tempo…

fotu: Fausto do Rosário

17 de julho de 2011

Pulp Fiction (Quentin)














... tragic

As Tigresas do Funk (do Brasil) atravessaram o atlântico, deram conferência de Imprensa (na companhia de outros colegas) com a presença da midia em peso, e actuaram na FIC, na cidade da Praia. Ouvi na TV que o show foi um sucesso!

16 de julho de 2011

Txota Soares morreu


Txota Suares, o exímio tocador de gaita “berdiano”, natural do Tarrafal, foi, de facto, homenageado no passado Sábado, pelo Ministro da Cultura, Manuel Veiga. Foi uma cerimónia simples e directa, abençoada pelos músicos e amigos do homenageado, Kaká Barbosa, Codé di Dona e Lela Violão.
Tabanka “Tchada Grandi” e “batucaderas di monti agarro” também agraciaram o acto com uma pitada do que de melhor sabem fazer. Foi um momento alto que congregou, no mesmo espaço, vários personagens e manifestações que enformam a nossa cultura tradicional. (Os Momentos;  24 de Dezembro de 2004)


nota pura: Tchota Soares morreu ontem aos 78 anos vítima de doença prolongada

12 de julho de 2011

Lucidi Comunicazione


















1. Aprecio o modo lúcido (ácido ou não) como Corsino Tolentino fala das questões comunicacionais em Cabo Verde, mais concretamente de um ou outro desempenho dos media; a forma fluente como articula sobre os meandros, o jeito despretensioso como percorre as gramáticas. Isso, vis-a-vis às opiniões, muitas, desenquadradas e confusas que se nos oferece sobre a área em questão. Não existe pretensa crítica (analítica), mas sim crítica, e a liberdade de se gostar ou não de uma determinada prestação. Concluindo: de Corsino Tolentino se ouviu das poucas análises consequentes sobre o debate presidencial que aconteceu na TCV no passado dia 6 de Julho. Confiram no programa Visão Global no site da RTC.

2. Quando, mas quando é que os gabinetes de imagem, assessorias de imprensa e semelhantes irão perceber que um plano ou práticas de comunicação e divulgação eficientes não são aqueles que promovem os directores e os ministros, mas sim aqueles (outros) que fornecem informações pertinentes, claras, traduzidas, úteis, atractivas… enfim, de utilidade?! É desesperante estar à procura de informações e só dar de cara com notas de actividades do director/ do ministro (sempre acompanhadas da tal fotografia dos próprios). Uma cultura de propaganda que só entorpece as Instituições.

3. Da análise de Corsino Tolentino, apenas discordo de uma nota: quem no debate esteve demasiado preso a alguma coisa que não as presidenciais foi Manuel Inocêncio. O tempo que o separa do cargo de ministro das infra-estruturas do governo de José Maria Neves, e a intensa cumplicidade partidária que os une não contribuem para o desembaraço que vai precisar nestas campanhas. O seu próprio discurso o trairá, sempre. Mas eleições em Cabo Verde já se ganha com outros trunfos, e o candidato do primeiro-ministro tem margens para ser o próximo Presidente da República. Mas que não venha propalar a fé na cidadania. Será forçado!

10 de julho de 2011

Rios...

Example















De volta com a ternura e a poesia dos dias claros. No leito do poeta maior, driblando o aperto de um outro momento “dos eleitos” que obriga a que os olhares se encolhem e rimam em claques de crenças viciadas e batinas ultrapassadas. Ventos que incitam as águas a banharem (de líquido) o leito. De volta da funda ribeira e do largo lago de sonhos errantes.
Rejeitando os rios… eles não têm nomes. (pura eu)

ESCÁRNIOS

Desatarei a fantasia em cauda de pavão num ciclo de matizes, entregarei a alma ao poder do enxame das rimas imprevistas.
Ânsia de ouvir de novo como me calarão das colunas das revistas esses que sob a árvore nutriz escavam com seus focinhos as raízes. (Maiakóvsk)