29 de março de 2006

Manhã de outono

Ainda que este azul que me excita para a vida
Traga em si também a morte
Eu te desejo
Manhã de outubro

Seu azular, o instante que torna rubro este coração
Não é simplesmente sol, brisa, álcool
Ou solidão na noite

Pois o amor já não somente urge,
Espera entre

O mar e a pedra
E os odores de suas pétalas

Outubro derrotou o tédio, o cinza, a náusea
E a indiferença dos homens

E mesmo a intransigência das estações
As horas passadas ou perdidas
Seria capaz de deter a flor
Que brota em plena a pressa, o pânico
E os planos do Planalto Central do Brasil

Renato Casimiro

2 comentários:

João disse...

A vida é mesmo assim

Ema Pires disse...

Maravilhoso poema amigo bloger. Gostei do seu blogue e voltarei. Também no meu falo muito de África e vou fazer uma postagm sobre a ilha do Fogo de donde é o mau pai.
Um grande abraço