19 de janeiro de 2007

Da carreira musical


Grupo Finaçon
Uma pergunta pessoal. Porque é que os nossos artistas chegam ao ápice de suas carreiras musicais e, de repente, caem em cascata?
Alguns tendem a criticar a comunicação social e os agentes culturais (o governo, críticos, produtores...). Outros vêem na ausência de registos a causa da fraca valorização de importantes nomes do passado, ainda que recente.
O facto é que o grupo Finaçon e os seus elementos, o próprio Bulimundo e alguns dos seus músicos, mais recentemente Livity com destaque para Jorge Neto, para não falar de uma fileira deles, não se sentem valorizados pela contribuição incontornável que deram à música cabo-verdiana num momento crucial do seu percurso.
Basta ter dois dedos de prosa com Zézé di nha Reinalda, Jorge Neto, Beto Dias (enquanto ex. líder dos Rabelados) para perceber que convivem com essa mágoa. Para além do que fazem agora, muitos desses artistas querem ser lembrados pelo seu passado, pela sua entrega à música num momento de procura, de busca de uma identidade.
Numa entrevista recente que fiz com Djinho Barbosa percebi esse sentimento também nele que fez parte do grupo Abel Djassi, emblema musical dos anos 80 em Cabo Verde.
Dois problemas se colocam, no meu ponto de vista. Os artistas gerem mal (geriam mal, pelo menos) a sua carreira em Cabo Verde, ou sequer têm (tinham) noção da necessidade dessa gestão… e nós, os outros, não sabemos valorizar os actos no tempo, e ter a noção exacta do seu papel embrionário. Perceber que nada acontece por acaso e que Finaçon, Bulimundo e tantos outros músicos que marcaram época devem, sempre, merecer a nossa admiração.
Hoje, quando falamos de carreira musical, pensamos na Cesária Évora, que abriu as rotas internacionais para Lura, Maria de Barros, Mayra, Tcheka e outros… músicos que sobem todos os dias os palcos de Paris e Londres e nunca deram um espectáculo na Ilha da Brava. Um novo problema das carreiras musicais criolas…

1 comentário:

Anónimo disse...

Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone.
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'.

Come writers and critics
Who prophesize with your pen
And keep your eyes wide
The chance won't come again
And don't speak too soon
For the wheel's still in spin
And there's no tellin' who
That it's namin'.
For the loser now
Will be later to win
For the times they are a-changin'.

Come senators, congressmen
Please heed the call
Don't stand in the doorway
Don't block up the hall
For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's a battle outside
And it is ragin'.
It'll soon shake your windows
And rattle your walls
For the times they are a-changin'.

Come mothers and fathers
Throughout the land
And don't criticize
What you can't understand
Your sons and your daughters
Are beyond your command
Your old road is
Rapidly agin'.
Please get out of the new one
If you can't lend your hand
For the times they are a-changin'.

The line it is drawn
The curse it is cast
The slow one now
Will later be fast
As the present now
Will later be past
The order is
Rapidly fadin'.
And the first one now
Will later be last
For the times they are a-changin'.

Bob Dylan - 1964.