4 de abril de 2009

A magia dos Festivais (da socialização)














Nos dias que correm uma cidade em afirmação (ou em transformação) e em busca de novas formas de socialização, caracteriza-se muito pela promoção de festivais temáticos (com realce no local), sobretudo pela dinâmica que essas iniciativas conseguem empreender. Os activos social e cultural que envolvem o espírito de um festival desse tipo (aqueles com proposta, como Kriol Djazz Festival) contam muito e traduzem-se em encontros e descobertas, a vários níveis. Esse tipo de eventos capta determinados perfis de músicos, de artistas e de público, ajudando com o tempo a criar circuitos reconhecidos fora e dentro do território. É um investimento que pode custar à primeira, até porque não se ganha financeiramente, mas o resultado no tempo vale a pena. Aliás, diria, ser essa tendência mais um dos subtis resultados da tão propalada globalização: o Kriol Djazz Festival é local, criolo, di terra, ainda que sob uma movida tão global como é o caso do Djazz.

Vida longa, portanto, ao Kriol Djazz Festival que ontem fez do Plateau um palco de alto nível a abrir com a prata da casa, Tcheka, seguido da banda Meddy Gerville - foto -(Reunião) e a encerrar Ba Cissoko (Guiné Conakry). Hoje continua: Mário Lúcio, Lenine (Brasil) e Mario Canonge e Ralph Thamar (ex. vocalista da banda de zouk Malavoi)

Raridades

Criar um Festival depende de um bom argumento, e não existe fronteira para isso acontecer, basta que o ambiente à volta sustente a idéia, e haja gente disponível. O slowfoodonfilm é um exemplo bonito de como as iniciativas podem ser imparáveis: é um Festival de cinema fundado no ano passado na Itália pelo jornalista e músico Stefano Sardo e segue a linha do movimento Slow Food criado por Carlo Petrini em 1986, na Cidade de Brá. É congregar filmes (curtas metragens e séries de TV) que mantém uma relação especial entre o alimento, a biodiversidade e a paisagem à volta; estabelecer uma relação de paixão para a comida na tela. O Festival que decorre em Maio, na Cidade italiana de Bologna, também incentiva projectos para filmes nesse domínio. Uma ideia absolutamente inspiradora ...

Salvador da Bahia é hoje a Roma da percussão (e de toda experimentação musical que bebe na cultura percussionista) muito devido ao Perc Pan (Panorama percursivo mundial), festival internacional fundado há 15 anos por Beth Cayres nessa cidade, e que envolve nomes como Gilberto Gil, Nana Vasconcelos (ex. co -directores artísticos e apresentadores do Festival) e Marcos Suzano (actual director artístico e apresentador).

A movida

Vamos ver mais, descobrir-nos a nós e os outros, e criar novos Festivais na Praia, No Fogo, no Maio... em busca de novas magias crioulas.

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