15 de dezembro de 2009
Da imagem à mensagem
1. Chamaria a isso os pequenos vícios da província, e tem nome e tudo: O vaso da abertura. Certamente, lá em casa já teve a oportunidade de ver na TV as tantas aberturas oficiais de encontros, ateliers e outros, que acontecem em Cabo-Verde, presididas por membros do governo e/ou Presidente da República. Nunca faltam aqueles vasos compostos de flores artificiais, muito vistosos. Os organizadores desse tipo de evento preferem tamanho grande, de preferência aqueles bouquets que tapam a cara de quem está a falar.
2. As instituições (mormente as públicas) que financiam as publicidades para TV entre nós deveriam ter mais noção e começar a escrutinar com conhecimento de causa as mensagens que deixam passar nessas publicidades. O último filme sobre a Casa do Direito que está a ser emitido na TCV é um exemplo de como essa avaliação crítica não é feita. Além de ser um spot longo, passa uma mensagem preocupante relativamente à responsabilidade paterna (que entre nós já é deficitária). A senhora, mãe de três filhos, triste, angustiada, lamenta porque a “ajuda?” do pai para os três filhos que tiveram juntos tem faltado. A mensagem subliminar dessa publicidade, sem querer, acredito, reforça a irresponsabilidade paterna, (porque naturaliza o distanciamento) e fere o orgulho da mãe e até dos filhos.
3. Deve estar a pensar na ligação (que não existe) entre a ilustração que usei e o conteúdo deste post…são os tais desvios (ruídos) comunicacionais.
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4 comentários:
No ponto!
Assim que vi pela primeira vez esse spot, eu e um colega comentámos o carácter tão "fatela" do argumento usado. Acho que, em vez de alcançar os objectivos propostos, o spot acaba por ter um efeito boomerang (exigia-se uma mensagem muito mais eloquente!!)
Fez-me lembrar a discussão que por cá se travou há cerca de 2 ou 3 anos, aquando da estreia do filme "Cabo Verde nha Cretcheu", da realizadora Ana Lisboa. Na altura criticou-se bastante o argumento, por, na opinião de muitos, ser eivado de esteriótipos.
Cansa-me muitos desses spots onde há representação!
Representações em vez de (re) construções, (re) configurações... Vale perguntar, para quê comunicar?
Nesse campo, temos muitíssimo mais para andar!!! Se nem a própria mensagem 'conseguimos fazer passar'
E depois existe a componente importantíssima que é a criatividade... além do mais, no caso vertente estamos frente a um 'programa' e não a um spot!
Bota programa nisso!
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