18 de março de 2010

Poesia segundo Neruda

anima poetica
















Há uma passagem do discurso proferido por Pablo Neruda quando recebeu o Prémio Nobel que particularmente me agita a alma: e como caminhamos para o dia da poesia, nada melhor do que partilhá-la:

"Não há solidão inexpugnável. Todos os caminhos conduzem ao mesmo ponto: à comunicação do que somos. E é necessário atravessar a solidão e aspereza, a incomunicação e o silêncio para chegar ao recinto mágico em que podemos dançar com hesitação ou cantar com melancolia, mas nessa dança ou nessa canção acham-se consumados os mais antigos ritos da consciência; da consciência de serem homens e de acreditarem num destino comum."

5 comentários:

Canto da Boca disse...

Outra verdade incontestável, o ser humano em sua constante mutaçao e busca de si mesmo.

Beijo!

Anónimo disse...

Vou à boleia do teu Post. Sorry pelo "oportunismo".



Há redes que valem a pena ser lançadas contra os oceanos de silêncio(s). Se todo o silêncio é de oiro, nenhum oiro pode comprar o silêncio de todos. As prisões por delito de opinião são um insulto e um vexame à dignidade humana. Façam eco contra o que se passa em Cuba, por Cuba (que a tantos de nós fez sonhar), e pelos cubanos! Façam-no, num acto de “emocion de cubanidad”, como diria a poetisa cubana Gertrudis Gómez de Avellana, e para que se faça luz “Antes que anochezca”.

“Os rebeldes eram, por outro lado, bonitos, jovens e viris; pelo menos aparentemente. Toda a imprensa mundial ficou fascinada com aqueles formosos barbudos, muitos dos quais tinham, além disso, uma esplêndida guedelha.”

“Exorto o povo cubano, tanto no exílio como na Ilha, a que continue a lutar pela liberdade. A minha mensagem não é uma mensagem de derrota, mas de luta e de esperança. Cuba há-de ser livre. Eu já o sou.” Carta de despedida de Reinaldo Arenas
Extractos do livro “Antes que anoiteça” de Reinaldo Arenas.


Basta ya!

Para que o silencio de alguns não se torne regra de muitos, nem lei para todos.

Serei de novo, como um dia fui,
choro de mães na Plaza de Mayo,
lado a lado serei, com Luisa Tamayo,
a irada multidão que pelas rua flui.

Serei de novo, como um dia fui,
Dama de Blanco em La Habana
Gritando ao silencio onde afinal rui
Olvidados sonhos da nação cubana.

Esquecido e sem amparo, morreu Zapata
No silêncio da palavra livre tornada ingrata
Murió solo, lejos de los suyos en Camagüey.

Diz-me Che, a Luisa, mãe e Pietá, o que direi
Se a ‘Primavera Negra’ de Março ainda mata,
Na Cuba que, como Orlando Zapata, tanto amei.

Alex
21-03-2010

pura eu disse...

portunismo nada. Pura poesia.

Canto da Boca disse...

Olá, eu fiquei encantada com a a boléia do Alex, e queria saber se tenho a permissão para postar o "comentário" dele, em meu blogue, assim, na íntegra?

Sim, sim, e sim, pelos cubanos e por Cuba, não nos calemos...

E convido-os a virem aqui e perceberem os movimentos mundo afora, em nome de uma Cuba Livre, verdadeiramente e de todo os cubanos:
http://www.estuario.com.br/2009/12/07/as-mentiras-de-frei-betto-a-blogueira-cubana-e-a-cuba-imaginaria/

Beijos!

pura eu disse...

Tenho a certeza que sim! Quem canta a liberdade não tem esses problemas.
Vou ver a tua sugestão.

Beijos,

M.