5 de agosto de 2010

Quando passo

solidão



















Sou como você me vê,
posso ser leve como uma brisa,
ou forte como uma ventania,
depende de quando,
e como você me vê passar.

Clarice Lispector

2 comentários:

Anónimo disse...

Gosto deste jogo de espelhos imperfeitos, sendo que o imperfeito só pode estar no reflexo, nunca na coisa em si (no original). Mas Clarice ensinou-me os perigos de cortar nos defeitos, por isso aprendi a ousar com desassombro. Por isso não resito à tentação do cotejo com tão sublime dama, e se o faço é como ela mesma ordenou, rendido, e vivendo no gume de qualquer forma de entendimento:


Sou como você me lê
Claro como o dia solar
Obscuro como a noite lunar
Mas ser quem sou
Não depende de quanto
Ou de como você me leu.
Alex

pura eu disse...

Clarice nos ensina tanto!!sobretudo a lidar com a imperfeição e o seu revés.(O espelho é meu objecto de eleição).


"Eu sou à esquerda de quem entra. E estremece em mim o mundo.
(...) Sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.Sou um coração batendo no mundo."

abraço!