A festa do dia de Santa Catarina vai ser assinalada, hoje, por cabo-verdianos em Portugal, numa sessão cultural a ter lugar na sede da Associação Cabo-verdiana, em Lisboa. A organização está a cargo do poeta cabo-verdiano José Luís Hopffer Almada, em parceria com a Associação.
Na ocasião, pretende-se, também, homenagear Ildo Lobo, no seu aniversário natalício.
Da programação destaca-se a apresentação do livro "Assomada Nocturna" de José Luís Hopffer Almada, por Inocência Mata e Francisco Fragoso, um recital de poesia por Celina Pereira, Helena Monteiro, Luís Lobo e José Luís Hopffer Almada. A alocução de homenagem a Ildo Lobo ficará a cargo do sociólogo César Monteiro. A sessão cultural contará com a participação de artistas como Luís Lobo, Maria Alice, Nancy Vieira e muitos outros.
25 de novembro de 2005
23 de novembro de 2005
Rui de Pina está de volta
O cantor cabo-verdiano, Rui de Pina, residente nos Estados Unidos da América, acaba de lançar “Obsession”, um disco de koladera e zouk que brevemente o vai lançar nas estradas da promoção, passando, claro está, por Cabo Verde.
Antes disso, a 24 de Novembro próximo, o artista vai participar, a título promocional, numa série de concertos do cantor Beto Dias, a ter lugar na Nova Inglaterra.
Na sua própria tournée, Rui de Pina, que há largos anos não pisa os palcos das ilhas, promete recordar os sucessos dos seus discos anteriores: “Nasé pa Vivé,” “Irresistible,” “Sempri na nha pensamentu,” e “Simplismenti.”
Para recordar bons momentos, deixamos, para a apreciação dos nossos leitores, a letra, Txika, da autoria de Kin di Santiago, que marcou esse artista na memória musical das ilhas.
Di madrugada/ N ben kansadu/N atxa kanderu sezu/ ku mininus na sonu/Oi Txika Punde bu baba …/Ki N ben kansadu /Ki N atxa kanderu sezu/Ku mininus na sonu /Di madrugada/N poi rostu pa portu/ Oi Txika bu ranja bu spiki/Bu bai te ponta Txada/ E ka nada ku bo, ai Val/Nha kuza mi e ki ta manda n’el/ Val mi ku kuatu mininu/Bu ben di mar/ Bu ben ku bu balai di pexi/Bu bend’l/ Bu bai toma grogu/E ka nada ku bo, ai Val/ Nha kuza mi e ki ta manda n’el/
fonte: cvmusicworld
Antes disso, a 24 de Novembro próximo, o artista vai participar, a título promocional, numa série de concertos do cantor Beto Dias, a ter lugar na Nova Inglaterra.
Na sua própria tournée, Rui de Pina, que há largos anos não pisa os palcos das ilhas, promete recordar os sucessos dos seus discos anteriores: “Nasé pa Vivé,” “Irresistible,” “Sempri na nha pensamentu,” e “Simplismenti.”
Para recordar bons momentos, deixamos, para a apreciação dos nossos leitores, a letra, Txika, da autoria de Kin di Santiago, que marcou esse artista na memória musical das ilhas.
Di madrugada/ N ben kansadu/N atxa kanderu sezu/ ku mininus na sonu/Oi Txika Punde bu baba …/Ki N ben kansadu /Ki N atxa kanderu sezu/Ku mininus na sonu /Di madrugada/N poi rostu pa portu/ Oi Txika bu ranja bu spiki/Bu bai te ponta Txada/ E ka nada ku bo, ai Val/Nha kuza mi e ki ta manda n’el/ Val mi ku kuatu mininu/Bu ben di mar/ Bu ben ku bu balai di pexi/Bu bend’l/ Bu bai toma grogu/E ka nada ku bo, ai Val/ Nha kuza mi e ki ta manda n’el/
fonte: cvmusicworld
15 de novembro de 2005
Oi, amigas.
Ainda não fiz nada do que prometi…dei uma passada pelo Presídio com a Manuela. Passei, levemente, pela Aguadinha que está a cair aos pedaços. Sei de umas obras no Alto de S. Pedro, no sobrado de Nhô Agnelo, que está a agitar as águas por estas bandas. Mas tenho andado, pessoal, com a polícia nacional. Hoje foi o dia deles. Anima-me saber que a Monique cedeu o quintal da Casa da Memória – funcionou ali o primeiro cinema no Fogo – para os agricultores de Chã das Caldeiras apresentarem, no dia 17, os novos produtos vinícolas. A ideia é valorizar os recursos naturais e os produtos locais da Ilha. A sessão resume-se num historial sobre a vitivinicultura na Ilha do Fogo, a apresentação da associação dos agricultores de Chã das Caldeiras e a apresentação e degustação de produtos como vinhos branco, rose e tinto, destilados, e sumo de uva. Beijinhos.
12 de novembro de 2005
Queridas...
Lá vou eu subir as eternas ladeiras di bila, passear na praça do Presídio ao cair da noite, e apreciar, Matilde, a Ilha Brava ao longe. Lá vou eu, Katy, passar pela Aguadinha, subir até à Casa de cinema para cumprimentar o pessoal. Depois do trabalho, é claro. Para trabalhar, faço a longa estrada até aos Mosteiros, subirei à Chã das Caldeiras e vai dar para apreciar o nosso vulcão e revisitar a brisa fresca sulista.
Prometo contar, de regresso, os momentos todos. Prometo.
11 de novembro de 2005
Tcheka, o escolhido
Tcheka é o vencedor do disputado prémio “RFI Musiques du Monde” deste ano, cuja final aconteceu, ontem, em Dakar, Senegal. O artista cabo-verdiano concorreu ao prémio com o seu segundo disco Nu Monda, tendo disputado a final com o tocador de cora da Guiné Conacry, Ba Cissoko, e a cantora do rythm and blues, do Gabão, Naneth.
O prémio "RFI Musiques du Monde" é um apoio determinante para a carreira musical, a nivel promocional e financeiro, para os artistas e grupos da África, Caraíbas e Oceano Índico. Para ser candidato é necessário que o artista tenha lançado um disco no seu país de origem. Só este ano candidataram-se 200 artistas ao prémio. Este concurso que abrange cerca de 32 países já permitiu a vários artistas iniciarem uma carreira internacional. Como exemplo, refira-se os casos de Tiken Jah Fakoly (Costa do Marfim), Didier Awadi (Senegal), Rokia Traoré (Mali) etc.
O prémio "RFI Musiques du Monde" é organizado em parceria com a Agência Intergovernamental da Francofonia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros Francês e AFAA (Associação Francesa da Acção Artística). O concerto que aconteceu, ontem, em Dakar será editado posteriormente em DVD pela Sociedade de autores, compositores e editores de músicas, em parceria com a RFI.
O prémio "RFI Musiques du Monde" é um apoio determinante para a carreira musical, a nivel promocional e financeiro, para os artistas e grupos da África, Caraíbas e Oceano Índico. Para ser candidato é necessário que o artista tenha lançado um disco no seu país de origem. Só este ano candidataram-se 200 artistas ao prémio. Este concurso que abrange cerca de 32 países já permitiu a vários artistas iniciarem uma carreira internacional. Como exemplo, refira-se os casos de Tiken Jah Fakoly (Costa do Marfim), Didier Awadi (Senegal), Rokia Traoré (Mali) etc.
O prémio "RFI Musiques du Monde" é organizado em parceria com a Agência Intergovernamental da Francofonia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros Francês e AFAA (Associação Francesa da Acção Artística). O concerto que aconteceu, ontem, em Dakar será editado posteriormente em DVD pela Sociedade de autores, compositores e editores de músicas, em parceria com a RFI.
10 de novembro de 2005
Parabéns, Raíz de Polon
Se o número 13, para determinada cultura, pressupõe azar, ele não o é com certeza para o Grupo Raiz di Polon. Treze anos depois da sua criação, na Cidade da Praia, ele permanece na linha de frente da dança cabo-verdiana, acaba de ser condecorado pelo Governo por mérito cultural e de ser seleccionado para representar Cabo Verde no Festival Internacional da Francofonia, evento a ter lugar em Niemey, capital do Níger, em Dezembro próximo.
Mas o ano de 2005 diz mais. Afirma que o Grupo andou em digressão pelo mundo Europa e África, sobretudo), participou no projecto UNIVERSOS, ao lado do Mário Lúcio, apresentou coreografias com Herbin "Tamango" Van Cayseele, das Guianas Francesas, considerado o maior bailarino de sapateado da actualidade e teve os melhores elogios da crítica internacional. Não será demais afirmar que, depois de Cesária Évora, a Diva dos Pés Descalços, nenhum outro fenómeno amplia mais a cultura cabo-verdiana pelo mundo como Raiz di Polon, levando na bagagem a dança, a música, a língua, a literatura e a dramaturgia de Cabo Verde. O leader incontestável do Grupo é Mano Preto que fundou, em 1991, com mais três bailarinos, o Raiz di Polon, no qual tem participado como coreógrafo, bailarino e produtor. Desde o início, o Grupo teve uma dinâmica de crescimento muito própria. Dividido entre a componente performativa e a pedagógica, Raiz di Polon marcou o seu espaço de valência cultural já pelos seus fundamentos. O entusiasmo, a comunicabilidade e a alegria foram o apanágio desse colectivo que se afirmava como uma outra forma de estar na dança tradicional cabo-verdiana (recriando o batuque, funaná, colá, coladeira, morna e demais estilos).
Depois do projecto “Dançar Cabo Verde”, em 1994, Mano Preto e os membros do Raiz di Polon embarcaram para um caminho sinuoso, mas extremamente gratificante, na busca de novos horizontes para a dança cabo-verdiana.
Em verdade, foi um momento de viragem, do tradicional para o contemporâneo. O Grupo passa, doravante, a pesquisar as raízes da dança cabo-verdiana, mas a apresentá-la a partir de novos paradigmas que transcendem rótulos e géneros, que se espalham por todas as regiões do mundo, que abrigam de tudo, e que se transformam de modo permanente.
Outro momento determinante foi a produção da “CV Matrix 25”, em 2000, depois das emblemáticas Pêtu” e “Uma História da Dúvida”. Impacto que só encontra paralelo na peça “Ruínas”, de 2004, mas ainda em cartaz, que marca o ápice da maturidade do Raiz di Polon.
Todavia, neste momento, o grande questionamento tem a ver com a sustentabilidade do projecto Raiz di Polon. A preocupação se a dança consegue sustentar os bailarinos e toda a equipa de produção, bem como os seus desafios que hoje transcendem as fronteiras de Cabo Verde.
A par do desafio, por vezes exasperante de sustentabilidade, fazem a 14 de Novembro 13 anos desde que o Grupo se estreou. Obra e graça não faltam a esses dançarinos…
Mas o ano de 2005 diz mais. Afirma que o Grupo andou em digressão pelo mundo Europa e África, sobretudo), participou no projecto UNIVERSOS, ao lado do Mário Lúcio, apresentou coreografias com Herbin "Tamango" Van Cayseele, das Guianas Francesas, considerado o maior bailarino de sapateado da actualidade e teve os melhores elogios da crítica internacional. Não será demais afirmar que, depois de Cesária Évora, a Diva dos Pés Descalços, nenhum outro fenómeno amplia mais a cultura cabo-verdiana pelo mundo como Raiz di Polon, levando na bagagem a dança, a música, a língua, a literatura e a dramaturgia de Cabo Verde. O leader incontestável do Grupo é Mano Preto que fundou, em 1991, com mais três bailarinos, o Raiz di Polon, no qual tem participado como coreógrafo, bailarino e produtor. Desde o início, o Grupo teve uma dinâmica de crescimento muito própria. Dividido entre a componente performativa e a pedagógica, Raiz di Polon marcou o seu espaço de valência cultural já pelos seus fundamentos. O entusiasmo, a comunicabilidade e a alegria foram o apanágio desse colectivo que se afirmava como uma outra forma de estar na dança tradicional cabo-verdiana (recriando o batuque, funaná, colá, coladeira, morna e demais estilos).
Depois do projecto “Dançar Cabo Verde”, em 1994, Mano Preto e os membros do Raiz di Polon embarcaram para um caminho sinuoso, mas extremamente gratificante, na busca de novos horizontes para a dança cabo-verdiana.
Em verdade, foi um momento de viragem, do tradicional para o contemporâneo. O Grupo passa, doravante, a pesquisar as raízes da dança cabo-verdiana, mas a apresentá-la a partir de novos paradigmas que transcendem rótulos e géneros, que se espalham por todas as regiões do mundo, que abrigam de tudo, e que se transformam de modo permanente.
Outro momento determinante foi a produção da “CV Matrix 25”, em 2000, depois das emblemáticas Pêtu” e “Uma História da Dúvida”. Impacto que só encontra paralelo na peça “Ruínas”, de 2004, mas ainda em cartaz, que marca o ápice da maturidade do Raiz di Polon.
Todavia, neste momento, o grande questionamento tem a ver com a sustentabilidade do projecto Raiz di Polon. A preocupação se a dança consegue sustentar os bailarinos e toda a equipa de produção, bem como os seus desafios que hoje transcendem as fronteiras de Cabo Verde.
A par do desafio, por vezes exasperante de sustentabilidade, fazem a 14 de Novembro 13 anos desde que o Grupo se estreou. Obra e graça não faltam a esses dançarinos…
9 de novembro de 2005
Santiago foi uma ilha de escravos
Esta ilha foi de escravos durante três semanas. Fora, no passado, com a inauguração do comércio de escravos africanos em 1466, na Cidade Velha, e durante longos séculos de exploração, separação e desespero humano. Mas as últimas três semanas, na Ilha de Santiago, foram bem diferentes. Termina no sábado a rodagem do filme “A Ilha dos Escravos” do realizador português, Francisco Manso.
É necessário dizer que estas filmagens mudaram um pouco, nos lugares onde aconteceram – Cidade Velha, Plateau, Monte Vermelho e Praia de S. Francisco – a rotina da comunidade. A alegria das pessoas de ver caras famosas como Zéze Mota, Milton Gonçalves, Diogo Infante e outros. Os decores rústicos que lembram a vida crioula do tempo dos nossos avós. Fiz esta viagem, às tantas. Os jovens figurantes que ganharam algum, e tiveram a oportunidade de conhecer os bastidores de uma longa-metragem, e os curiosos, que, simplesmente, olhavam parados.
Cabo Verde também saiu a ganhar. É isso, pelo menos, o que dizem os políticos. Promove a imagem do país lá fora, promove a Rota de Escravos de que fazemos parte; dizem mesmo que Cabo Verde vai se transformar, depois disso, numa placa de entretenimento no atlântico. Alguém sabe de onde tiraram isso? Foi o que ouvi, esta manhã, e fiquei assim a pensar…de onde tiraram isso?
É necessário dizer que estas filmagens mudaram um pouco, nos lugares onde aconteceram – Cidade Velha, Plateau, Monte Vermelho e Praia de S. Francisco – a rotina da comunidade. A alegria das pessoas de ver caras famosas como Zéze Mota, Milton Gonçalves, Diogo Infante e outros. Os decores rústicos que lembram a vida crioula do tempo dos nossos avós. Fiz esta viagem, às tantas. Os jovens figurantes que ganharam algum, e tiveram a oportunidade de conhecer os bastidores de uma longa-metragem, e os curiosos, que, simplesmente, olhavam parados.
Cabo Verde também saiu a ganhar. É isso, pelo menos, o que dizem os políticos. Promove a imagem do país lá fora, promove a Rota de Escravos de que fazemos parte; dizem mesmo que Cabo Verde vai se transformar, depois disso, numa placa de entretenimento no atlântico. Alguém sabe de onde tiraram isso? Foi o que ouvi, esta manhã, e fiquei assim a pensar…de onde tiraram isso?
8 de novembro de 2005
Batuque sta na moda
O batuque renasce das ribeiras, das achadas, em novas vozes e forças que se impõe como referência incontornável da cultura cabo-verdiana.
O batuque renasce com alma, na infância, na mulher, com futuro. O Batuque, hoje, com outros apelos, recria a tradição secular do berço da caboverdianidade - a Ilha de Santiago.
Atentar a este renascimento é inserir-se em desafios outros que selam a nossa identidade enquanto povo e nação, presente na diversidade.
A institucionalização de um festival anual de Batuque, na Ribeira Grande de Santiago, está na mira do governo. Que venha a ser um momento síntese da vivência de um povo com tantas histórias de partidas e chegadas. Não apenas mais um festival.
Batuque sta na moda é título de uma música do Pantera, interpretada de forma sublime pela Lura - a garota do lado para quem não conhece. Depois dessa música tudo mudou por estas bandas. Esta musa, o Pantera, que infelizmente nos deixou, e o Tcheka lideraram uma verdadeira revolução na música crioula. Há mais, mas eu fico com esses três.
O batuque renasce com alma, na infância, na mulher, com futuro. O Batuque, hoje, com outros apelos, recria a tradição secular do berço da caboverdianidade - a Ilha de Santiago.
Atentar a este renascimento é inserir-se em desafios outros que selam a nossa identidade enquanto povo e nação, presente na diversidade.
A institucionalização de um festival anual de Batuque, na Ribeira Grande de Santiago, está na mira do governo. Que venha a ser um momento síntese da vivência de um povo com tantas histórias de partidas e chegadas. Não apenas mais um festival.
Batuque sta na moda é título de uma música do Pantera, interpretada de forma sublime pela Lura - a garota do lado para quem não conhece. Depois dessa música tudo mudou por estas bandas. Esta musa, o Pantera, que infelizmente nos deixou, e o Tcheka lideraram uma verdadeira revolução na música crioula. Há mais, mas eu fico com esses três.
7 de novembro de 2005
Unidade
As plantas sofrem como nós sofremos.
Por que não sofreriam
se esta é a chave da unidade do mundo?
A flor sofre, tocada
por mão inconsciente.
Há uma queixa abafada
em sua docilidade.
A pedra é sofrimento
paralítico, eterno.
Não temos nós, animais,
sequer o privilégio de sofrer.
Carlos Drummond de Andrade
Por que não sofreriam
se esta é a chave da unidade do mundo?
A flor sofre, tocada
por mão inconsciente.
Há uma queixa abafada
em sua docilidade.
A pedra é sofrimento
paralítico, eterno.
Não temos nós, animais,
sequer o privilégio de sofrer.
Carlos Drummond de Andrade
5 de novembro de 2005
Encontro marcado
O artista cabo-verdiano, Tcheka Andrade, vai estar a 7 de Dezembro em Espanha para um encontro, que promete, com o revolucionário artista brasileiro Lenine. Nesta estada participam, igualmente, a cantora portuguesa Dulce Pontes, e outras figuras da música espanhola. Durante três semanas esses músicos vão desenhar um projecto de CD conjunto que vai funcionar como um selo para uma longa digressão.
É sobretudo uma porta que se abre para a minha entrada no Brasil, diz Tcheka que, neste momento, está na estrada a promover o seu segundo disco Nu Monda. Albúm que segue a linha do seu primeiro trabalho Argui: um novo olhar sobre o batuque, com arranjos elaborados que, uma vez mais, comprova a universalidade da música crioula.
Lenine nasceu em Pernambuco, nordeste brasileiro. Canta, toca violão e faz a chamada percussão de boca. A sua carreira inclui uma lista de seis discos gravados, tem várias canções escritas e interpretadas por artistas de renome brasileiros. É também um adepto e acredita, em se tratando de música, da riqueza que é, hoje, pertencer a redes culturais.
3 de novembro de 2005
Crioulos em debate na Praia
Decorre na Cidade da Praia, o 11º Colóquio Internacional de Estudos Crioulos.
Uma lufada de ar fresco, no dizer do Ministro da Cultura, que vai deixar experiências e subsídios para o projecto do governo de oficialização do crioulo.
Esse encontro reúne investigadores, linguistas e estudiosos das línguas crioulas, oriundos de trinta e um países.
O Colóquio acontece, em Cabo Verde, no ano em que o país assinala o seu trigésimo aniversário. Uma coincidência cheia de simbolismos.
A valorização do crioulo cabo-verdiano, como um acto de cultura, começou a desenhar com a independência destas ilhas, em 1975. O primeiro grande passo nesse sentido foi dado com o Colóquio de 1979 onde se adoptou o alfabeto Mindelo que vigorou durante 10 anos.
Em 1998, o governo aprovou, a título experimental, o ALUPEC. Base do Alfabeto Unificado para a Escrita do Crioulo Cabo-Verdiano.
Para a padronização da língua, algumas medidas estão previstas, como a introdução do ensino da língua cabo-verdiana de forma autónoma nas instituições superiores públicas e nas escolas de formação de professores. Vai se promover, dentre outras acções, a promoção da investigação na área gramatical, lexicográfica, e sociolinguística da língua cabo-verdiana.
Esse colóquio vai servir para mostrar que nós não estamos sozinhos nessa luta, diz o Ministro da Cultura.
Antes o que comprometia o estatuto do crioulo, segundo o presidente do Comité Internacional dos Estudos Crioulos, Robert Chaudenson, era, no fundo, a questão da escrita. Actualmente, com o advento das novas tecnologias, é uma questão ultrapassada.
Como é que vamos comunicar daqui a alguns anos? Entre os cabo-verdianos de Bordeaux, ou de Boston, com os de Cabo Verde? Vão comunicar através da web cam, vão comunicar através dos computadores. Através da web cam vemos a família, não vamos precisar de escrever! Isso para dizer que o handcap da importância da escrita, numa língua, está em vias de reduzir com as novas tecnologias, sentencia Chaudenson.
O Colóquio prologa-se até ao dia 6 de Novembro.
Uma lufada de ar fresco, no dizer do Ministro da Cultura, que vai deixar experiências e subsídios para o projecto do governo de oficialização do crioulo.
Esse encontro reúne investigadores, linguistas e estudiosos das línguas crioulas, oriundos de trinta e um países.
O Colóquio acontece, em Cabo Verde, no ano em que o país assinala o seu trigésimo aniversário. Uma coincidência cheia de simbolismos.
A valorização do crioulo cabo-verdiano, como um acto de cultura, começou a desenhar com a independência destas ilhas, em 1975. O primeiro grande passo nesse sentido foi dado com o Colóquio de 1979 onde se adoptou o alfabeto Mindelo que vigorou durante 10 anos.
Em 1998, o governo aprovou, a título experimental, o ALUPEC. Base do Alfabeto Unificado para a Escrita do Crioulo Cabo-Verdiano.
Para a padronização da língua, algumas medidas estão previstas, como a introdução do ensino da língua cabo-verdiana de forma autónoma nas instituições superiores públicas e nas escolas de formação de professores. Vai se promover, dentre outras acções, a promoção da investigação na área gramatical, lexicográfica, e sociolinguística da língua cabo-verdiana.
Esse colóquio vai servir para mostrar que nós não estamos sozinhos nessa luta, diz o Ministro da Cultura.
Antes o que comprometia o estatuto do crioulo, segundo o presidente do Comité Internacional dos Estudos Crioulos, Robert Chaudenson, era, no fundo, a questão da escrita. Actualmente, com o advento das novas tecnologias, é uma questão ultrapassada.
Como é que vamos comunicar daqui a alguns anos? Entre os cabo-verdianos de Bordeaux, ou de Boston, com os de Cabo Verde? Vão comunicar através da web cam, vão comunicar através dos computadores. Através da web cam vemos a família, não vamos precisar de escrever! Isso para dizer que o handcap da importância da escrita, numa língua, está em vias de reduzir com as novas tecnologias, sentencia Chaudenson.
O Colóquio prologa-se até ao dia 6 de Novembro.
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