A música cabo-verdiana está definitivamente
in top. Vários lançamentos, muitas criações e inovações, ousadias, jovens artistas a despontarem. Ousados são igualmente alguns produtores da praça. O programa da TCV,
Top Criolo, apresentou-nos, ontem, Augusto Gugas Veiga. Além de um produtor que podemos apelidar de bom, nunca é demais evidenciar a sua sóbria personalidade: fina estampa, como dizia a minha dor antiga, e ciente daquilo que quer, dentro das limitações de um mercado como o nosso.
Gugas teve um "faro de cão" quando há dez anos produziu os
Ferro e Gaita, levando para as ilhas e para o mundo, os sons de um funaná vibrante, uma tabanka que nunca morre, a força de Santiago. Há dois anos, dentre outras ousadias, uniu, num só CD, as vozes dos dois únicos pilares do Finaçon,
Nácia Gomi e
N´toni Denti Doro. Agora, com uma fina percepção de um novo movimento urbano pungente, está a apostar, inteligentemente, no hip hop.
Capital Produções é uma referência na música Cabo Verdiana.
O programa de ontem trouxe uma interessante visão sobre a produção musical nas ilhas, crescente em qualidade e quantidade, pelo que se podia depreender da conversa. O terreno, nesse particular, é fértil, tendo em conta o número de estúdios que vão surgindo por aí, mas os problemas, também eles, muitos são novos. A questão da pirataria é séria, os produtores pedem um sinal de vida da SOCA, enfim, pedem das autoridades na matéria acções consentâneas (sobretudo legais) na eminência de uma explosão discográfica no país (querendo eu falar de indústria).
Voltando ao Top Criolo é desejar mais sorrisos à Carlota Barbosa e à equipa de produção coordenada pelo grande M.C.
Lugares...
... em mim são, porque neles vivi.