5 de setembro de 2007
Grace Évora – full of grace
A imagem de um artista constrói-se num percurso e emerge num puzzle onde cada peça conta muito. Em primeiro lugar está a música, que pode ser boa ou má, ou simplesmente agradável, quando o artista não almeja mais do que isso. É nesse bojo médio e soft que se enquadra, dentro da música nacional, um artista como Grace Évora, por exemplo. Não se vislumbram nele outras ambições, que não a de agradar o vasto público com a sua música e, de olhos postos nessa meta, consegue, e muito bem, o seu tento. Grace, nome artístico, surgido de Gracindo é um filho de Salamansa, zona pescatória e pobre de S.Vicente. Na Holanda, fez-se músico, primeiro na bateria, depois com a voz no grupo Livity. Após a desintegração da banda (ora reerguida), Grace continuou activo na música com o grupo Splash e uma carreira a sólo. À par da música que sobrevive à merce do subjectivismo daqueles que a consomem, é nossa intenção realçar a imagem construída de Grace. Um indivíduo discreto, de gostos sóbrios, fala mansa, e senhor de bom coração, mais do que isso, um homem de bom feelling. Tudo isso é patente no balanço das suas melodias, definidoras de um estilo próprio e inconfundível. A sua voz, sem pretensiosismo, consegue agradar; os seus videoclipes, dentro da tabua-rasa estética nacional, não são de todo desprezíveis. Muito cedo, bem antes da febre di terra, soube valorizar o seu padoss di tchom e promover, à sua maneira. É o que ficou para nós, e para muitos fans, certamente, da imagem que Grace Évora vem construindo ao longo de uma carreira de quase duas décadas.
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