Terminou no final da semana passada o IIIº EITU (Encontro Internacional do Turismo), ocorrido na Ilha do Sal. Foram três dias de importantes reflexões sobre temas muito pertinentes, organizados pela UNOTUR (União nacional do operadores turisticos). O painel “Imobiliária Turística e Aquitectura em Cabo Verde”, da autoria do arquitecto Luis Carvalho foi a exposição que mais me tocou, e pensei, cá dentro, quão bom seria para Cabo Verde se tivéssemos muitos outros arquitectos com a sensibilidade desse filho de caboverdeanos nascido em Cabinda.
Muito perspicaz, o arquitecto começou a sua explananação com um trecho poético de Jorge Barbosa, para no final concluir, em analogia, que efectivamente andamos perdidos neste arquipélago. Retive da sua comunicação que toda a abordagem do espaço é complexa, porque atenta aos múltiplos elementos que o compõe: as pessoas e o seu modo de vida, as cores da terra, os ventos, o clima, os sorrisos, ou seja, qualquer intervenção a esse nível demanda uma arrojada disponibilidade estética. A arquitectura tradicional (ou se quisermos, as construções que os nossos pedreiros e mestres de obra sempre fizeram) não deve ser desprezada; ela tem uma razão, ou múltiplas razões de ser.
O espírito da comunicação de Luís Carvalho conduz à necessidade premente de um equilíbrio estético na construção urbana. Um resort não pode ser eficaz, nem bem-vindo, do ponto de vista ambiental e sociológico, se a vila que o recebe não tiver as condições desejáveis de saneamento, segurança e económicas. Esse equilíbrio que perpassa necessariamente a vida das pessoas, é fundamental numa perspectiva de desenvolvimento a longo prazo.
Quando o arquitecto vinha para Cabo Verde, no avião, perguntou a uma jovem caboverdeana se conhecia S.Francisco e ela respondeu, sim, uma praia linda, super interessante. O arquitecto insistia, e a jovem só falava da praia de mar. Para Carvalho, S.Francisco é, antes de mais, uma localidade com pessoas, com especificidades, mas que também dispõe de uma bonita praia. O caboverdeano está a perder a sua capacidade de observação, ou precisa ganhá-la. Precisa recuperar a sua sensibilidade estética, ou, de contrário, procurá-la.
Muito perspicaz, o arquitecto começou a sua explananação com um trecho poético de Jorge Barbosa, para no final concluir, em analogia, que efectivamente andamos perdidos neste arquipélago. Retive da sua comunicação que toda a abordagem do espaço é complexa, porque atenta aos múltiplos elementos que o compõe: as pessoas e o seu modo de vida, as cores da terra, os ventos, o clima, os sorrisos, ou seja, qualquer intervenção a esse nível demanda uma arrojada disponibilidade estética. A arquitectura tradicional (ou se quisermos, as construções que os nossos pedreiros e mestres de obra sempre fizeram) não deve ser desprezada; ela tem uma razão, ou múltiplas razões de ser.
O espírito da comunicação de Luís Carvalho conduz à necessidade premente de um equilíbrio estético na construção urbana. Um resort não pode ser eficaz, nem bem-vindo, do ponto de vista ambiental e sociológico, se a vila que o recebe não tiver as condições desejáveis de saneamento, segurança e económicas. Esse equilíbrio que perpassa necessariamente a vida das pessoas, é fundamental numa perspectiva de desenvolvimento a longo prazo.
Quando o arquitecto vinha para Cabo Verde, no avião, perguntou a uma jovem caboverdeana se conhecia S.Francisco e ela respondeu, sim, uma praia linda, super interessante. O arquitecto insistia, e a jovem só falava da praia de mar. Para Carvalho, S.Francisco é, antes de mais, uma localidade com pessoas, com especificidades, mas que também dispõe de uma bonita praia. O caboverdeano está a perder a sua capacidade de observação, ou precisa ganhá-la. Precisa recuperar a sua sensibilidade estética, ou, de contrário, procurá-la.
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