28 de março de 2010

SUBVERSIVA

subversiva














A poesia
Quando chega
Não respeita nada.

Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
De qualquer de seus abismos

Desconhece o Estado e a Sociedade Civil
Infringe o Código de Águas
Relincha

Como puta
Nova
Em frente ao Palácio da Alvorada.

E só depois
Reconsidera: beija
Nos olhos os que ganham mal
Embala no colo
Os que têm sede de felicidade
E de justiça.

E promete incendiar o país.

Ferreira Gullar

2 comentários:

Anónimo disse...

E que poeta é que não se sente, ou sentiu, por uma vez que seja, PROMETEU? E depois de falhada a nobre causa, quem não se tornou lírico, louco, ou incendiário?
Cps
Alex

pura eu disse...

Todos... os loucos e os poetas.
Gosto destas partilhas fugazes...ctg.
A poesia merece.
Bjs

M.