A poesia
Quando chega
Não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
De qualquer de seus abismos
Desconhece o Estado e a Sociedade Civil
Infringe o Código de Águas
Relincha
Como puta
Nova
Em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois
Reconsidera: beija
Nos olhos os que ganham mal
Embala no colo
Os que têm sede de felicidade
E de justiça.
E promete incendiar o país.
Ferreira Gullar
2 comentários:
E que poeta é que não se sente, ou sentiu, por uma vez que seja, PROMETEU? E depois de falhada a nobre causa, quem não se tornou lírico, louco, ou incendiário?
Cps
Alex
Todos... os loucos e os poetas.
Gosto destas partilhas fugazes...ctg.
A poesia merece.
Bjs
M.
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