1 de março de 2010
Um desabafo
Permaneci em silêncio, sussurrando apenas com os meus botões, ouvi tudo o que se disse acerca da última remodelação de José Maria Neves, mas ninguém dizia aquilo que ansiava ouvir. Até que numa sexta-feira, en passant, li no jornal A Semana que a pasta da Comunicação Social continua sob a alçada do Ministro Sidónio Monteiro, agora tutela das Comunidades. Por um momento pensei que tivesse sido extinguida! Seria um rasgo de coerência sem precedentes …
Liberdade na propaganda
A questão é: para quê silenciar, se a propaganda é liberada nos mais públicos meios de difusão? Num país onde a propaganda flui com naturalidade, perante o silêncio da oposição que sonha fazer o mesmo quando ocupar o Palácio, o jornalista não passa de um lacaio vencido pelo cansaço… daí que eu defendo, criem um Gabinete de Propaganda do Governo (GPG) com legitimidade para ludibriar os cabo-verdianos e as cabo-verdianas, e extingam (melhor, mudem os estatutos) dos órgãos públicos de comunicação, começando pela TV pública.
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8 comentários:
Olha que esta propaganda tua incentivando à propaganda legitimada, pode-te custar alguns constrangimentos profissionais..
Foi assim na 1a fase da 2a república (MpD 90s) e continua, de forma escandalosa com 2a fase da 2a república (PAI 2000s).
Não é fácil manter os níveis de motivação quando é assim (nos mais variados quadrantes - o teu não é o único) mas minha sugestão ´q que se continue a produzir com igual ou maior empenho..
Porque o reconhecimento real vem dos que consomem a informção e não a propaganda.
E a razão é simples, só uma massa cada vez mais formada e informada consegue separar o trigo (informação) do joio (propaganda).
Margarida seria perigoso... Lembra-me o malvado Gobels.
Como cidadadão temos que ser mais ousados e não ter papas na lingua
concordo contigo, Da Caps! mas olha, não se vive sem riscos...seria tudo demasiado previsível.
Tchalé, Goebbels era um assumido, um obsessivo, fazia muito bem o seu trabalho... porque sem máscaras.
Abraços circundantes...
MF
E que tal privatizar a RTC??
Entendo a tua lógica Margarida, mas Cabo Verde não é excepção. Só os EUA e a Grâ-Bretanha conseguiram safar-se dessa mistura. No entanto, também gostaria de saber se os poderes públicos não têm direito a promover o que eles fazem? Porque não, desde que os espaços sejam salvaguardados como tais? É que uma estação de serviço público não se limita a jornalistas e informação, há outros interesses que o público tem que não se compaginam com os do jornalismo puro. O pior é quando são os jornalistas a fazerem o frete. Na tua casa, por exemplo, há muitos que fazem assessoria e inclusive escrevem para sites do Estado. Isto é pior que a rádio ou a televisão vender espaço para os poderes públicos. É um longo debate. Aqui em Portugal, as coisas estão um pouco mais claras, mas também vejo patacuadas todos os dias nos canais da RTP.
Uma pergunta: achas que por esta opinião vão mexer contigo aí?
Magda Ramos
Magda, ainda bem que entendes o ponto em questão. Isso não quererá dizer que outros não os há.
Mas olha, poderes publicos, mormente o Governo, comprarem espaços na TV para divulgar o seu trabalho não lembra ao diabo. "Há outros interesses que o público tem que não se compaginam com os do jornalismo puro". Concordo Magda, mas isso não abre abre espaço à propaganda que é algo bem diferente. As abordagens não jornalisticas também elas obedecem a interesses publicos, e/ou especificos que não passam por beneficio de grupos, partidos, ou confissões. Os estatutos, as leis, são claros.
Não vão mexer comigo por causa desta opinião. Eu sempre opinei abertamente sobre as coisas.
Eis um video de Clay Shirky:
http://www.ted.com/talks/view/id/575
que mostra como Facebook, Twitter e SMS ajuda os cidadãos nos regimes repressivos a fazer a reportagem de factos reais fazendo o bypass à "censura" (órgãos de comunicação social manipulados).
Mesmo o teu blog conjuntamente com estas outras oportunidades estão a mudar o controlo top-down das notícias.
Vou visionar o vídeo..valeu a dica!
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