Cabo Verde conquistou a sua independência a 5 de Julho de 1975. Volvidos trinta anos, há muitos motivos de comemoração e de reflexão.Desde logo a necessidade de perspectivar a Independência Nacional a partir da evolução histórica da criação da língua e da cultura endógenas, da noção de si e de pertença, algo então ocorrido ainda na cidade de Ribeira Grande.
O nacionalismo cabo-verdiano forma-se cedo, a partir da crioulização dos reinóis e dos escravos africanos. O nascimento nas ilhas obriga uns e outros a um esforço de adaptação. Nasce uma nova sociedade a todos os títulos crioula, em que todos se apartam, um pouco, das suas raízes de origem para a re-invenção de um modus vivendis singular.
Muitos estudiosos consideram que foi na era Pombalina com a criação da Companhia de Grão Para e Maranhão, com o monopólio do tráfico com a Costa Africana, que surgem tensões e dicotomias políticas, económicas e sociais em Cabo Verde.
Essas tensões tornam-se mais nítidas no período entre 1820-1822, em que ocorre a Revolução Liberal em Portugal. A expectativa de liberdades criada pelo liberalismo, faz germinar no Arquipélago um movimento organizado de ruptura com Portugal. Mas, uma vez que as ilhas não tinham sustentabilidade, o movimento propugna a união com o Brasil.
As fomes cíclicas também reforçam as reivindicações nacionalistas, quer junto às elites, quer junto aos populares que mais directamente sofriam o impacto dessas tragédias. Foi ainda uma das grandes razões da migração e emigração, o maior fenómeno sociológico da Nação cabo-verdiana. Começa-se a indexar a fome à má governação e à incúria do governo colonial.
As elites cabo-verdianas dos fins do século 19 e começo do século 20, chamadas por vezes de protonacionalistas, reivindicam uma integração mais plena e equitativa ao mundo português como a melhor saída para Cabo Verde. Essa elite aventou hipóteses de adjacência, estatuto administrativo especial e autonomia, alegando proximidade civilizacional com Portugal.
O poeta José Lopes, por exemplo, recupera o mito hesperitano, de vocação atlântica e macaronésia de Cabo Verde, e por isso almejante da Independência Nacional.
O poeta e compositor Eugénio Tavares é dos que consegue sintetizar esse pensamento, reivindicando a plena cidadania portuguesa para os filhos de Cabo Verde. Portugueses irmãos, sim, Portugueses escravos, nunca! Leia mais
A Ilha Brava, fez cair o pano sobre mais uma “Festa de São João Baptista”, celebrada a 24 de Junho. Como sempre, são incontáveis os filhos da ilha, residentes em outros pontos do país e na diáspora, que escolhem a data para visitar os familiares e matar saudades da terra natal.
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A Ilha do Sal é um dos poucos lugares de Cabo Verde, que pode se orgulhar de ter uma escola de música – O Conservatório dramático e musical. Uma escola criada pelo brasileiro Samuel Silva, formado em composição e regência, pela Universidade de S. Paulo, e em Violão Clássico e erudito, pelo Conservatório Heitor Villa-Lobos, ambos no Brasil.
O livro “Itinerários da Memória, Escravatura e Tráfico Negreiro na África Lusófona”, editado pelo Comité Português do Projecto UNESCO, "A Rota do Escravo" está exposto, em painéis, numa exposição, imperdível, na Biblioteca Nacional, na Praia. Uma mostra que enquadra os lugares ligados à rota do escravo existentes nos Países de Língua Oficial Portuguesa.
O grupo Ferro Gaita participa, no próximo mês, no Canadá, em dois festivais de música de prestígio. A 2 de Junho sobe ao palco do “
Gostariamos de justificar este post com o facto das revoltas dos escravos, tanto no Brasil, como em Cabo-Verde terem tido, muitas vezes, traços idênticos, sem dizer que os motivos eram os mesmos, a manutenção da escravidão. Prometemos voltar, sempre que possível, com curiosidades sobre este momento histórico que muito apreciamos.
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Ministros de Cultura de 71 países, entre eles Manuel Veiga participarão de uma reunião em Madrid neste fim-de-semana para reafirmar uma convenção patrocinada pela UNESCO que busca proteger a
O naturalista italiano, Leonardo Fea, que ficou célebre pela exploração da Birmânia chegou a Cabo Verde em 1898, provindo daquele país, ao serviço da Sociedade de Geografia de Génova e coligia para o Condi Salvadori, ornitólogo. A pobreza da fauna destas ilhas foi para ele uma decepção. Em todo o caso, encontra algo interessante: o cuco europeu e cágados em S. Tiago – o ilhéu de Santa Maria, terras muito áridas onde Darwin acampara em 1831 sem descortinar, entretanto, esses animais. A passarinha, sim, descobriu-a ele, referencia o site da 
Quando se fala em S.Filipe pensa-se na sua localização voltada para o mar e nos seus sobrados, pela sua arquitectura, pelo seu urbanismo e pelo seu percurso humano e social. Esse mundo dos sobrados que testemunha um certo drama e uma certa grandeza reclama, entretanto, um tratamento mais dinâmico.