23 de julho de 2009

Novas do poeta

Luis Romano













O confrade do blog Djaroz trouxe vivas notícias de Luis Romano da Cidade de Natal, no Brasil, onde o poeta de S. Antão reside há várias décadas. O encontro aconteceu a 10 de Julho passado, dois dias depois dos órgãos digitais cabo-verdianos "anunciarem a morte" do escritor, (notícia retomada por alguns digitais internacionais) seguido de "sentidas condolências" do Ministério da Cultura.

Djoy Amado relata que ficaram "espantados com este senhor de 87 anos, cuja aparência física debilitada contrasta em absoluto com a vivacidade e a lucidez da alma”. Acrescenta que “mandou vir grogue e, contrariando recomendações médicas, não resistiu em deixar-se levar à sua terra natal (Santo Antão) pelo gosto da cana misturada com ervas”.

Como dissera numa entrevista de há dois anos, marcaram a sua formação literária e humana, “o espectáculo de ver compatrícios morrer à fome, sem revolta, esperando pelas chuvas resignadamente, num fatalismo passivo e revoltante, ao desamparo.” Palavras indeléveis que, de resto, imortalizam a sua obra primeira Famintos (1962).

(…)

Navio-berço de menino crioulo
navio-guia que ficou sem ir
“navio idêntico ao navio da nossa derrota parada”.

Clima (1963)

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