13 de julho de 2009
Permanência
A pedra continua inerte
A loucura continua efémera
O sonho continua eterno
O solilóquio da solidão continua terno
O caminho das lanternas continua traiçoeiro
As promessas da madrugada continuam incertas
A água de cada dia continua térmica
Os insultos no estádio da várzea continuam esféricos
O amor na praça da cidade continua
/desinibido e espérmico
O trópico de câncer de olhar posto em santiago
/continua aridamente hemisférico
A aurora para além dos labirintos do subúrbio
/continua quimérica
O polegar de txibita continua cadavérico
e ressequido sobre o deserto do seu crânio
Os pedintes continuam elegantemente raquíticos
e sentados compõem o requiem do quotidiano
A ilusão continua verde
(do verde lunar das serenatas)
nesta cidade
de pedras
que sonham
na face imaginada da água
e rejubilantes
digerem
a esperança
sempre erecta
no seu verdejar
na aurora do pedinte…
nota pura: poema de erasmo cbral de almada (ao Mito) constante do seu último livro Praianas: uma revisitação às Coisas e às Causas da Cidade...
foto: Duarte Belo
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