22 de janeiro de 2010
Deixou-nos há três anos
Em memória a este grande homem, o Padre Gesualdo, que faleceu há precisamente três anos, hoje recordamos (Os momentos cita Liberal) as suas palavras em resposta às perguntas de José J. Cabral e António Silva Roque, em Agosto de 2004, um dia após a cessação de funções. Esta entrevista foi radiodifundida no programa “Vidas com História", da Rádio de Cabo Verde.
O protagonismo da emigração para a Itália, Padre Gesualdo é uma das referências da memória colectiva da ilha de São Nicolau. Figura discreta e humilde, é considerado pioneiro e promotor da formação profissional na ilha, ainda na época colonial, altura em que nem sequer havia planos ou orçamentos nesse domínio; É sobre o seu percurso invulgar, que Padre Gesualdo fala com a lucidez que se lhe reconhece, na primeira pessoa, um acto que pela humildade se tem esquivado a praticar…
Abriu todavia este parêntesis, para nos falar do caminho por ele percorrido, desde Fiuggi, Frisinone na Itália, até Tarrafal de São Nicolau em Cabo Verde, da sua concepção filosófica de vida, de suas realizações …
… em nome do seu grandioso amor pelo semelhante
José. J. Cabral e António Silva Roque (JJC & ASR) - Em primeiro lugar gostaríamos da saber um pouco de sua origem.
Padre Gesualdo Fiorini (PG) - Eu sou um Italiano; Há um artigo subscrito por José J. Cabral, ele que é um amigo, no qual ele traçou o meu perfil, fundamentalmente que sou um Ítalo-Cabo-verdeano. Foi um artigo muito apreciado, porque ele procurou com compreensão, dar conta do meu modesto contributo em prol do desenvolvimento da ilha de São Nicolau. Mas numa perspectiva mais concreta, gostaria de lhe dizer que sou um Padre Capuchinho, que saiu da Itália para vir estabelecer em Cabo Verde.
JJC & ASR – Originário da Itália, estamos ainda a conhecer os primeiros passos do seu percurso … Conte-nos um pouco de sua história.
PG – A minha origem familiar está entre dois domínios, entre a riqueza e a pobreza. Quero dizer que minha família não era nem rica nem pobre. Meu pai trabalhava no domínio dos transportes, que nessa altura era feito com mulas. A minha mãe também era de origem humilde. Um dia perguntaram-me se queria ser padre e entrar para a ordem dos Capuchinhos. Eu não hesitei. Assumi por inteiro a proposta. Havia uma grande casa de formação dos Capuchinhos, e fiquei impressionado com a ambiência. Encontrei lá muitos rapazes que também estavam orientados para esse fim. Entrei no Seminário em 1935. Fiz os estudos liceais paralelamente aos estudos religiosos.
Ler mais, no Liberal
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