31 de janeiro de 2010
O aulido do tempo
O azul é também uma forma de mágoa
que embota nosso silente acordar. Soluço
erguido lá no alto, porejando o céu ruço,
à nossa fé lograremos submetê-lo, à tábua
da nossa imperfeita lei? Que nos lembre,
sem amargura, que saber sofrer é um dom,
que o passado com seu´scuro álgido som
do virente futuro léguas segue sempre
à frente. Onde mora o prevenido não
há lugar para a inquietação; mas o tempo,
que é válido, ergue-se já num silencioso
aulido. Terá aquilo que se chama vocação?
Chegará como um gentleman em seu lento
Afã? Embotado pelo azul, predizer não ouso.
in: "Cidade do mais antigo nome", obra de José Luiz Tavares (poema) e Duarte Belo (foto), lançada ontem na Cidade Velha.
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