24 de maio de 2007

O crioulo, o jornalismo e o zouk


Receia-se dizer que a oficialização do Crioulo em Cabo Verde, nossa língua materna, é também ela, dentre várias outras questões, motivo de quezílias, principalmente políticas. Fico envergonhada quando percebo que um determinado individuo, ou personalidade, está à cata de argumentos para provar o quanto é inócuo oficializar a nossa língua, o corpus cultural que, em primeira e em última instância, melhor nos identifica.
O que se deve, e nunca é demais, é discutir os métodos do seu ensino e outros procedimentos, aliás muito avançados na sua formulação. Escrevo isso, a propósito de um texto caseiro que condena um alegado empurrão político do Primeiro-ministro para a concretização desse intento. Fiquei atónita! A oficialização do crioulo é uma questão política, sim senhor, e deveria ser uma bandeira de todos os partidos políticos, instituições, comunicação social, escolas, etc.
A oficialização da língua cabo-verdiana contribuiria, sim senhor, para o reforço da nossa identidade (isso é crime?), da nossa cidadania, da nossa centralidade global e da nossa humanidade. É uma questão até de direitos humanos, se se pensar em essência.

Economês versus jornalismo

Todas as quartas feiras à noite tenho um quebra-cabeças para resolver. Tentar digerir 10%, no mínimo, do conteúdo do programa Praça Financeira, da TCV. Cheguei a questionar a minha capacidade de processar números e confesso que me preocupei. Mas depois me abri com outras mentes, e apercebi-me que o problema é quase generalizado. O apresentador do programa, detentor de um MBA em economia, quando entra em delírio economês com os seus convidados se esquece de nós...os outros. É nisso que dá desprezar o jornalismo, desconhecer a palavra especialização e distrair-se diante do óbvio...

Nichols

Surgiu um tal de Nichols no mundo zouk em Cabo-Verde. Falta-me muita informação sobre ele. Sei apenas que ele vem muito à Praia, esteve no Gambôa e já fez dueto com uma crioula. Mas dá para concluir, de ouvido, que a sua música deveria ser proibida nas nossas rádios. Por uma questão de higiene mental...

3 comentários:

RPSE disse...

Uiii! Ena! Minhas senhoras, meus senhores (a quem servir), vistam-se.

Anónimo disse...

Quer-me parecer que também eles, os jornalistas muitas vezes se esquecem que estão a escrever, ou a dizer para o público. E não é preciso sair desta página para vestir a pele pela primeira vez. Linguagem para o umbigo é o que mais há por ca

pura eu disse...

Aliás, existe de tudo um pouco por cá, meu caro anónimo (?). Refira-se, apenas, que nesta página não se faz jornalismo. É um blog pessoal, simplesmente.