15 de novembro de 2008

Momentos fantásticos

Muchachade espaldas 1925, DALI





















Inicialmente quis que esse blog se chamasse "moments", em inglês mesmo, dando ares de leveza e detalhes, mas depois tive a impressão que podia confundir e parecer um diário romântico. Nada contra o estilo, entretanto. O objectivo, de facto, era falar de assuntos que ficaram (no presente e no passado) pela sua pertinência, pelo detalhe, pelo interesse e, sobretudo, pela poesia. A ideia era, e continua a ser, um compromisso com o trabalho e a honestidade. Momentos fantásticos que, pela sua generosidade intrínseca, acabam sendo de encontros e partilhas (de toda a casta).

Por conseguinte…

"Os momentos" tornou-se um blog que emite exclusivamente pontos de vista da sua autora, além de factos, informações e entrevistas, todos publicados com sentido de responsabilidade, trabalho e respeito pelas opiniões outras. Parâmetros, aliás, que orientam a lisura de quem
escreve estas linhas na sua profissão de jornalista.
Considerar alguns dos textos aqui publicados de mais ou menos felizes, e discordar do seu teor, é direito que assiste a quem se dá ao trabalho de acesso a este site. A autora destas notas escreve regularmente neste blog, pesquisando muito para fazer alguns dos textos aqui publicados e fá-lo por puro brio, sim senhor. Ela é a mesma que faz, por iniciativa própria e à margem de qualquer agenda imposta, os programas emitidos na Televisão de Cabo Verde, conhecidos e apreciados por muitos. Programas também emitidos na RTP África, e exibidos em vários encontros internacionais organizados sobre Cabo Verde. Neste particular, o modesto, mas autêntico, portfolio da autora fala por si e retrata quem está por detrás de certas posições e posturas.

Antes que anoiteça

Em verdade, ela só responde às reacções dirigidas à sua pessoa, coisa, aliás, que certos não conseguem fazer nem mesmo nas entrelinhas e nas frases dúbias que revelam o carácter de quem as profere. Margarida Fontes não está mandatada para falar do serviço público da Televisão de Cabo Verde e muito menos de casos obscuros que levaram a atitudes enérgicas tomadas pela administração da RTC em relação a gritantes fretes de um certo jornalismo a "piratear nestas ilhas" .

O breu

Seria certamente mais bem sucedida uma certa senhora no seu esforço de pintar "frescos" de um jornalismo de pacotilha, que não lembram a assessorias mais bem urdidas, se a mesma se desse ao trabalho de olhar Cabo Verde sem exotismos tanto para o bem como para o mal, como mandaria um jornalismo com ética e deontologia, não importando a nacionalidade e origem de quem o faz. Mas seria pedir demais. Enquanto uns, como escreve, fazem notícias com base em press releases, outros, têm como fontes de eleição para as suas reportagens "de fundo", informações viciadas de brochuras turísticas, e revistas de bordo, quando não de assessorias políticas.

Pela "claridade"

A Jornalista Margarida Fontes, como se recorda, teve sempre a oportunidade de escolher entre um jornalismo enpacotado, engomado, e encomendado a peso de ouro, e a lida na Televisão de Cabo Verde. Ela escolheu fazer jornalismo sério, isento e sem fretes. Escolheu também fazer um blog de autenticidade e de posturas que, nem sempre, sossegam "verdades instituídas" e seus gladiadores. Cada um sabe do que lhe preenche a alma.

13 comentários:

Anónimo disse...

só lhe posso dizer uma coisa pela sua reacção, em jeito de ditado luso:

quem não sente não é filho de boa gente

e a sua reação, é de filha de boa gente

Anónimo disse...

Mais do que o teu texto, a reacção que o mesmo provocou revela que há (que las hay, las hay) um "establishment" hiper sensível e pronto a tornar certos assuntos "tabus" e proibitivos. Há coisas que são sintomáticas. Quem te conhece e está atento à tua trajectória sabe que não colam certos comentários de "gente oca, cabecinha de alfinetes", como diria o Poeta Arménio Vieira. Há sim jornalistas, nacionais e estrangeiros, que andam a "fabricar" uma visão falaciosa e enviesada de Cabo Verde. Há sim "opinion makers", nacionais e estrangeiros, que fazem fretes insuportáveis a uns e a outros. Tu és de outra fibra, de outra cepa. Continua a passar a tua caravana diante dos cães que ladram. Continua a fazer o teu caminho, caminhando...

Filinto Elísio

Unknown disse...

Outro ditado, já agora: quem semeia ventos, colhe tempestades.

(E cito este, porque o conheço bem, na própria pele!)

Abraço do Mindelo

Redy Wilson Lima disse...

Margarida ninguém pôs em causa a tua competência como jornalista e deves ter a tua razão para escrever o que escreveste, agora não podes é generalizar. Se tivesses investigado um pouco sobre os salários que muitos desses jovens ganham e sobre o que fizeram antes de aventurarem para as ilhas, davas conta que foste injusta e preconceituosa com uma parte deles (conheço algumas e sei o excelente trabalho que fizeram antes de chegarem cá).
Sejamos justos e convém dar os nomes aos bois invés de estarmos a disparar à toa.

Nhu Naxu disse...

leia esse post...http://alibemtempu.blogspot.com/2008/11/sensibilidades-e-redeno.html

pura eu disse...

Redy Wilson Lima, certamente estamos a falar de situações bem diferentes. É o que me parece, ao leu o teu comentário.

Anónimo disse...

Margarida, esquece o Redy Wilson Lima... Pela sua reacção (violenta) no anterior comentário, é a melhor coisa a fazer...

Redy Wilson Lima disse...

Há pessoas com cabecinha de alfinete, gentes fazem frete uns aos outros, há as sensíveis e há pessoas que esquecem-se do seu passado recente.

Anónimo disse...

Muito maturo, justificar o teu mal com o mal dos outros. Como diria um turista britânico, very typical!

E assim, pela minha parte, fico sem argumentos e fora de discussão.

Abraço!

Redy Wilson Lima disse...

Margarida assim fora do calor da coisa, consciente de ter comprado uma guerra que não é a minha e mais, de ter exagerado em certos momentos visto não ter percebido a tua crítica no início, digo com toda a sinceridade que depois de falar com algumas pessoas compreendo a tua reacção para com a dita jornalista, o que não quer dizer que aprovo a forma como generalizaste a questão. Existe sim jornalistas estrangeiros e cabo-verdianos mediocres e que ganham muita grana neste país, como existe outros nacionais e tb estrangeiros que trabalham no duro e bem, ganhamdo nem sempre tão bem. E há os do meio. Posto isso, desejo-te sorte e felicidades no teu novo projecto televisivo (confesso estar curioso) e encerro a minha participação nessa discussão que não leva a lado algum.
Aquele abraço.

pura eu disse...

Redy, as discussões sempre levam a algum lado (para o bem e para o mal). Generalizar, não terei generalizado, e garanto-te que nunca faria isso. Houve gente que quis afunilar a discussão e criar mal entendidos...assim, facilitava o ataque e o engrossar da fila dos aliados.
Espero que o programa seja do teu agrado.

Cumprimentos,

MF

Son di Santiagu disse...

Margarida, venho ao teu blog porque gosto de ler o que escreves, gosto dos momentos.
Aprecio e admiro o lado da investigação que imprimes na tua forma de estar no jornalismo cabo verdiano. pioneirismo nisto.

Deixo-te a pergunta. Consegues influencia de alguma forma a galera da televisão? A TCV daria um salto tremendo no jornalismo se te tomasse como exemplo, acho.

Força.

Djinho

pura eu disse...

Djinho, agradeço-te pela força, pelo gesto, e sobretudo pelos momentos de todos nós. Digo-te ainda que registei com muito apreço a tua pergunta.

Fica bem.

Margarida