20 de março de 2009

A invenção da beleza no Cinema

Marco Ponti




















"Hollywood não existe", a afirmação é do realizador italiano, Marco Ponti - foto. Tal como Hollywood, também se trata de invenção fílmica a Roma de “La Dolce Vita” de Federico Fellini. Hollywood é um conceito que existe, porque existem pessoas que o procuram, afiança. Quando se chega em Los Angeles, seguindo o juízo de Conti, visita-se uma rua chamada Hollywood Bolevard, e lê-se a escritura da grande colina, e é tudo. Os filmes são rodados longe dali, e os astros não estão nos cafés da cidade... exemplos que ilustram a dimensão da invenção no cinema.

Nessa linha de invenção, de um outro modo, também se enquadram os mafiosos ítalo - americanos que passaram a se vestir e a se comportarem como os mafiosos do filme de Copolla, “O Padrinho”, o mesmo se sucedeu com os mafiosos cubanos em Miami, depois do filme “Scarface”. De caso em caso, o realizador foi pontuando a sua lição de cinema no terceiro dia da oitava edição do Infinity Festival, comumente denominado Alba Film Festival. O certame decorre na Cidade de Alba, região de Piemonte, Itália, de 17 a 22 de Março.

Falar da escrita para a imagem, e a invenção da beleza não parece tarefa fácil, numa abordagem em que o desafio começa por criar o que não existe, e onde o conceito de beleza é a um tempo necessário e ambíguo. “Como contar uma história bruta de forma bela?”, eis o desafio. Um desafio que parte do realizador, da sua colocação estética e da sua “simplicidade de intenção”. Uma construção que deve provocar sensação de presença, a isso se chama potência fílmica, e finalmente beleza. E quando as tais ambigüidades chegam como sensações; quando se inventa com simplicidade e se construi uma história com imagens e uma atmosfera de modo convincente, é-se perante um belo filme.

Para mim, o exemplo mais forte disso são os filmes de Quentin Tarantino: pensar no sangue exposto, na violência bruta, em choques estridentes, e na psicopatia como retrato de grande beleza cinematográfica é uma eterna rememoração.

Marco Ponti vive e trabalha com cinema em Los Angeles, e tem duas longas metragens. Participa no Festival como presidente de júri para a premiação dos filmes em concurso.

Melodrama

Um festival apaixonado é como se denomina o Infinity Festival deste ano que reservou uma atenção especial ao cinema melodramático, sob o lema “Paixão”, e rende uma brava homenagem ao realizador americano John M. Stahl, considerado o pai desse gênero.

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