8 de junho de 2009

Pedro Pires joga a última cartada

Cidade Velha



















O Presidente da República visitou hoje o município da Ribeira Grande de Santiago, a poucos dias do encontro de Sevilha, onde a UNESCO vai deliberar entre 22 a 24 de Junho próximo sobre a candidatura da Cidade Velha a Património da Humanidade.

Uma visita simbólica, na medida em que o Governo de Cabo Verde, através de uma Comissão Técnica, já formulou a Candidatura da Cidade Velha junto à UNESCO e aguarda, com muita expectativa a decisão definitiva.

Carlos Carvalho, presidente do INIPC diz-se confiante no trabalho da comissão técnica, mas desvaloriza a ansiedade dizendo aos jornalistas que“ se não ganharmos a candidatura, ninguém vai morrer”. As coisas são como são, diz o poeta e somos forçados a concordar.

A visita de Pedro Pires ficou entendida como mais um acto de Magistratura Cultural, já que desde o início tem mobilizado interesses, junto da UNESCO, inclusive, para a divulgação do sítio Cidade Velha. Para Pires o sítio é um património, e por isso, ganhando ou não, deve-se trabalhar para o futuro.

Considerada, mercê do seu valor histórico e patrimonial, o Berço da Nação Cabo-verdiana, a Candidatura da Cidade Velha a Património Universal, poderá, para além de dar visibilidade a Cabo Verde como um pólo de turismo histórico e de conhecimento, reposicionar a geopolítica em relação à criação da Rota dos Escravos, um dos grandes objectivos da UNESCO.

In locu (a história é outra)

Por outro lado, há questões práticas a ponderar: um serviço de guia que convença, potenciar e dar vida aos monumentos, criar um circuito cultural sólido que contemple Cidade Velha como pólo atractivo, e trabalhar afincadamente para a inserção do sítio na Rota de Escravos. O que se vê, neste momento, são algumas iniciativas privadas de cariz turístico que começam com alguma promessa para tempos depois, quase sempre, caírem no esquecimento.

A impressão que se tem é que as autoridades reivindicam para si, cada um a seu tempo, mais ou menos protagonismos, em vez de conjugar esforços e ideias concertados a favor do reconhecimento daquele que é o incontornável berço da cabo-verdianidade.

Expectativas, algum entusiasmo e também angústias dominam os espíritos de uns e outros em relação à introdução da Cidade Velha na lista do Património da Humanidade. Entretanto, muitos têm sido os apoios à iniciativa.

A procura de um passado que poderá determinar o futuro da nação cabo-verdiana.

foto: daqui

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